Estiagem e baixa umidade são as maiores dificuldades para controle da praga nos cafezais
Desde o ano passado um problema vem tirando o sossego de muitos cafeicultores: a dificuldade de controle da cochonilha do grupo Pseudococcus, uma nova espécie que tem atingido os plantios de café conilon no Norte do Espírito Santo e no Sul da Bahia. Especialistas já apontam uma quebra entre 25% e 30% na safra de 2024. O período de estiagem e a baixa umidade têm sido apontados como os violões desse cenário que se encontra os cafezais.
O engenheiro agrônomo, produtor e consultor em cafeicultura, Edmar Tessarolo, explicou que esse novo Grupo Pseudococcus não se instala na raiz, mas ataca ramos, folhas e frutos. A praga está causando prejuízos desde meados do segundo semestre de 2023, quando o calor e as altas temperaturas se intensificaram devido à estiagem.
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“Primeiro veio a broca, de difícil controle também, depois a cochonilha. Além da seca, o cafeicultor não teve resultados com a aplicação dos produtos via solo. Tivemos um controle melhor próximo ao Natal quando choveu e o produtor fez o uso do produto via foliar. A pulverização é a melhor indicação, pois a cochonilha coloniza a planta por vias aéreas”, explicou o consultor.
O especialista em cafeicultura informou que o monitoramento com manejo adequado e a regularidade das chuvas são essenciais para o produtor vencer esse quadro.
“A ação é de manejo pós-colheita via solo e, em novembro, repetir a aplicação. Caso aconteça como no ano passado, da cochonilha subir, o manejo tem que ser foliar. Vamos torcer também para que tenhamos períodos regulares de chuvas”, concluiu.
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que já havia notificado os produtores sobre a nova praga, vem realizando o acompanhamento das lavouras, com o objetivo de aprimorar as estratégias de manejo que são repassadas para os produtores rurais.
Nova espécie de cochonilha
A morfologia do Grupo Pseudococusela é bem diferente da cochonilha de raiz/roseta. Ela possui dois filamentos no corpo e maior mobilidade, ovoposita de forma intensa e potencialmente gera 200 novas cochonilhas a cada 15/20 dias, que se espalha muito rápido na lavoura.
A forma de reprodução combinada ao clima favorável (quente) tem dificultado o manejo, pois as pulverizações apesar de reduzirem a população da praga, muitas ninfas permanecem e novos ovos eclodem entre 5 e 8 dias, o que dificulta a quebra do ciclo, sem contar com a proteção que ela cria com esse “novelo de lã” que é formado pela praga.
Redação Campo Vivo
4 Comentários
Sabão detergente para matar esses bichos que acaba com as plantas. Cochonilha é devastador. Passei detergente puro num pé de hibiscos, deixei uma horas e depois lavei os bichos morreram. A planta está bonita.
Água de fumo e detergente neutro pegar os pacotes de fumo colocar na água deixar uns três dias curtindo depois coloca detergente neutro aí pode jogar nas plantas nos Cafezal e mata todos esses fungos que vocês estão mostrando aí no café
Passei ensticida mapex, nas pimentas e na cajamanga o resultado foi muito bom. Te tb o inseticida feito com a folha de mamona…..
Enquanto o modo de produção for o monocultivo a pleno Sol, adubação química e combate com pesticidas, essa e outras pragas serão uma constante. Pergunte a um produtor rural que faz consórcio com árvores, que planta em sistema de SAF se essa ou qualquer outro inseto ou doença é problema. Trabalhando em sintonia com a natureza seu bolso agradeçe e o bolso do dono da loja de insumos fica com menos do seu suor!