Para diminuir o impacto causado pelas atividades humanas no meio ambiente, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) vêm desenvolvendo uma série de ações com o objetivo de conscientizar os produtores sobre a importância da preservação.
O incentivo do Incaper ao Sistema de Produção Integrada (PI) e à produção agroecológica, na qual se insere a produção orgânica; as pesquisas pelo órgão para o desenvolvimento de novas variedades de produtos agrícolas resistentes às pragas e doenças e de um software – o agroimpacto – que avalia o impacto dos agrotóxicos no meio ambiente são algumas das ações em andamento para minimizar a degradação ambiental causada pelo mau uso dos produtos químicos.
Pelo sistema agroimpacto, desenvolvido pelo Incaper em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), é verificada uma redução de até 78% do impacto ambiental provocado pelos agrotóxicos, se comparado ao sistema convencional.
A Produção Integrada (PI) é aquela agricultura feita com qualidade, de forma econômica, respeitando o meio ambiente, a saúde do consumidor e a do produtor por meio da diminuição do uso de agroquímicos e da integração de práticas de manejo do solo e das plantas frutíferas. De acordo com o pesquisador do Incaper, José Aires Ventura, é verificada uma redução de em média 40% no uso do agrotóxico na Produção Integrada.
Já o Sistema Agroecológico de Produção, no qual se insere a agricultura orgânica, é onde são aplicados os princípios da ecologia à agricultura. Nesse âmbito, a ecologia é compreendida dentro de uma visão ampla que abrange as relações existentes entre os seres vivos e não vivos e entre seres vivos humanos (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) e outros seres vivos.
O modelo busca estabelecer princípios para a promoção de sistemas de agricultura de base ecológica, como são os casos da agricultura orgânica e de desenvolvimento sustentável no Estado.
O estabelecimento de uma relação entre alimentação e saúde, noções de responsabilidade social e ambiental levam ao crescimento do número de consumidores conscientes e que optam por alimentos e produtos mais naturais, e à valorização da agricultura familiar e do mercado solidário, especialmente grupos de produtores que trabalham dentro dos princípios da agroecologia.
O consumo de alimentos saudáveis e certificados (mercado solidário, orgânicos, rain forest aliance etc.) tem crescimento médio estimado entre 20% e 30% ao ano nos países desenvolvidos, a exemplo dos Estados Unidos, Japão e membros da União Européia.
No Brasil, e no Espírito Santo particularmente, predomina o mercado de produtos saudáveis in natura (não processados). Nesse sentido, o mercado de produtos industrializados agroecológicos tende a crescer muito no País, o que representa mais uma oportunidade para os agricultores.
Pesquisa
As ações de pesquisa e desenvolvimento para a promoção da agroecologia são realizadas no Espírito Santo desde a década de 80, pelo Governo do Estado (Secretaria de Agricultura, Abastecimento Aqüicultura e Pesca, Incaper e Centros Integrados de Educação Rural), sociedade civil organizada, ONGs, sindicatos de trabalhadores rurais, movimentos das igrejas Luterana e Católica, dentre outros.
Na Unidade Experimental de Produção Animal Agroecológica de Linhares, os técnicos do Incaper apresentam técnicas de criação de aves e peixes num mesmo ambiente.
Atualmente, há cerca de 500 propriedades rurais capixabas certificadas e em processo de certificação para a agricultura orgânica. O destaque é o município de Santa Maria de Jetibá, maior produtor de orgânicos do Estado.

