La Niña deve persistir até meados do outono

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Previsão é que outros fenômenos vão regular as chuvas no país

O La Niña de 2021–22 já passou de seu pico, com perspectivas indicando um retorno aos níveis neutros de El Niño-Oscilação Sul (ENSO) durante o outono do hemisfério sul. À medida que o La Niña enfraquece, ele continuará a influenciar o clima e o clima global.

Os indicadores atmosféricos e oceânicos sobre o Pacífico permanecem nos níveis de La Niña. As temperaturas da superfície do mar do Pacífico tropical oriental permanecem mais baixas do que a média, apesar do lento aquecimento das águas mais profundas. O aquecimento abaixo da superfície do Oceano Pacífico normalmente prenuncia o fim do La Niña e geralmente ocorre no outono.

La Niña aumenta a probabilidade de ciclones tropicais na região australiana, bem como aumenta as chances de chuvas acima da média em grandes partes do leste da Austrália durante o outono.

Quais outros fatores que vão influenciar o clima?

No curto prazo, dois importantes sistemas conhecidos como Oscilação Madden-Julian e Oscilação Antártica vão modular as chuvas nesta primeira quinzena de março sobre o Brasil. Estes fenômenos são conhecidos como “teleconexão” e são entendidas em meteorologia como uma conexão entre processos climáticos em duas áreas distantes.

A oscilação Madden-Julian é caracterizada por uma progressão para o leste de grandes regiões de chuvas tropicais favorecidas e suprimidas, observadas principalmente sobre o Oceano Índico e Pacífico. Mas também causa influências sobre as chuvas no Brasil.

Já a Oscilação Antártica é calculada pela diferença de pressão entre as latitudes de 40°S e 65°S. Quando este índice assume valores negativos, significa que os pulsos da atmosfera conseguem migrar do polo sul para o continente, e então, alteram as condições do tempo no Brasil.

Reflexos nas chuvas

Nos próximos as projeções indicam que tanto a Oscilação Madden-Julian quanto a Oscilação Antártica estarão em suas fases favoráveis à chuvas na região sul do país. Por outro lado, esta mesma fase aponta para uma diminuição das chuvas na parcela central do território nacional.

As regiões que poderão experimentar um período mais seco será na área que compreende o Bolsão Sul-Mato-Grossense, Oeste Paulista, boa parte do estado Mineiro, Espírito Santo e centro-sul do estado Baiano. As chuvas também assumem uma maior irregularidade sobre o estado do MS e metade leste do Goiás.

No entanto, o favorecimento das chuvas, principalmente com o favorecimento da chegada de umidade do norte e as frentes frias pelo sul, garantem um período mais chuvoso na região sul. Os volumes variam entre  30 e 180 mm, apresentando uma maior irregularidade sobre o norte do PR. Ao passo que as chuvas mais volumosas poderão ocorrer no leste de SC e sul do RS,  podendo superar os 180 mm nos próximos 10 dias.

O centro-norte do país também terá um favorecimento das chuvas neste período, o que poderá atrapalhar pontualmente os avanços na colheita da soja em alguns estados como em Rondônia, norte do Mato Grosso, sul do Pará.

Já no extremo norte do Brasil, a aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) começa a trazer as chuvas mais expressivas sobre o Amapá, norte do Pará, norte do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

Agrolink

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