Agronegócio do Espírito Santo sofre prejuízo de R$ 88,4 milhões por conta das chuvas

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O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) contabilizou um prejuízo de aproximadamente R$ 88,4 milhões devido às chuvas que atingiram o Espírito Santo. O valor pode ser ainda maior, já que algumas comunidades ainda estão isoladas por conta das estradas e pontes interditadas.

Os produtores de Anchieta, Piúma, Vargem Alta, Muniz Freire e Iconha, foram, respectivamente, os municípios mais afetados pelas cheias dos rios e enchentes causadas pelas chuvas. Para realizar o levantamento, federações da agricultura, instituições públicas cooperativas e agricultores forneceram os dados coletados que foram reunidos pelo Incaper.

Segundo o relatório, 27 cidades sofreram prejuízos no agronegócio. As 22 cidades que decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública somam perdas na ordem de R$ 64 milhões. Já as cinco sem decreto, aproximadamente, R$ 23,6 milhões.

Além dos impactos na produção, o Estado também sofreu com a perda de material genético e plantios experimentais. As fazendas experimentais do Incaper que ficam em Linhares, Cachoeiro e Alfredo Chaves foram inundadas. Elas abrigam os bancos de espermatoplasma de banana e de pimenta-do-reino, sendo este segundo é o maior da América Latina. Além disso, 17 bovinos que eram utilizados nas aulas de inseminação artificial em gado morreram ou estão desaparecidos.

As agroindústrias capixabas tiveram perdas que ultrapassam os R$ 1,6 milhão. Em Iúna, por exemplo, uma corretora que trabalha com a compra, armazenagem e venda de café seco registrou perda de 20% das sacas de café estocadas devido à inundação do galpão onde os grãos ficam guardados.

“Tinha mais de 40 mil sacas de cafés armazenadas na sexta feira (17). A água chegou a 80 cm e atingiu as sacas de que estavam em contato com o chão. Os grãos perderam qualidade porque foram umedecidos. Além disso, parte de uma parede estourou e ela quase que caiu por inteiro”, comentou Igor de Almeida Amorim, proprietário da Teba corretora.

Para não jogar fora as sacas molhadas, elas estão sendo secas, porém não poderão ser consumidas. “Temos esse galpão há vinte anos e nunca tínhamos visto algo assim acontecer”, disse.

De acordo com o diretor-presidente do Incaper, Antonio Carlos Machado, neste primeiro momento foi realizado o levantamento dos prejuízos para ajudar os produtores que precisarão contratar empréstimos ou renegociar suas dívidas nos bancos por conta dos prejuízos causados pelas chuvas. “Na próxima semana haverá uma grande reunião com as pastas do governo ligadas a agricultura, além das federações e bancos para serem propostas formas de auxílios a esses agricultores e pecuaristas impactados”, conta.

Ainda segundo Machado, é muito importante chegar nas comunidades isoladas que foram atingidas pela chuva. Muitas dessas localidades tiveram todas as estradas e pontes destruídas pela ferocidade da água.

Informações de A Gazeta e Café Point

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