por Leonardo Custódio*
Você conhece o café de destaque da sua lavoura? Para isso, é muito importante monitorar a qualidade dos talhões.
Você já fez o monitoramento daquela variedade que todo ano te surpreende na bebida? Aquela que todo ano se destaca nas notas, que faz sol, chuva, vento e ela, na hora da degustação, sempre recebe uma super nota, que ano a ano chama atenção de todos?
Se você já sabe, já está um passo a frente, mas se ainda não, busque e identifique o mais rápido essa variedade!
O produtor que não possui histórico da qualidade dos talhões acaba prejudicado quando falamos em qualidade de bebida. Portanto, conhecer e monitorar são atitudes essenciais do cafeicultor que almeja melhorar a qualidade da lavoura e da bebida.
– Território
– Clima
– Microclima
– Variedade
Estes fatores estão ligados uns aos outros e o produtor não tem controle sobre eles, mas se fizer o monitoramento, será possível identificar quais são seus principais talhões com potencial em qualidade.
Já sabemos que o tempo de maturação é super importante, pois estamos falando de um fruto e, quanto maior sua maturação, melhor vai ser sua qualidade. Nesses anos que faço o monitoramento, percebi que certas variedades estão se destacando, tanto no vigor da lavoura quanto:
– Na bebida
– No aspecto
– Peneira, ou seja, uma melhora geral
Uma observação: não existe uma variedade específica. Pode ser qualquer uma, independente da genética, cruzamento e seleção. É como se a variedade tivesse se tornado nativa, ou seja, ela se adaptou e foi tão bem tratada que não parece ser uma espécie exótica, mas sim natural daquele território.
Acredito que o cafeeiro, quando bem conduzido, entrega o seu melhor fruto!
Dicas para quem quer conhecer o talhão potencial da lavoura:
– 15 dias antes da colheita, escolha os cafeeiros que estão com um percentual de grãos maduros e retire uma amostragem de 30 litros de cada talhão;
– Seque cada lote separado (sei que dá um pouco de trabalho, mas vai valer a pena);
– Marque a variedade, quantidade de pés do talhão, e etc. Quanto mais informações sobre eles, mais rico tornará seu histórico;
– Após a seca dos lotes, acredito que no máximo 23 dias já é possível ter uma amostra dos talhões e poderá levar para um profissional provar e analisar a característica sensorial cada lote;
Dessa forma, o cafeicultor saberá se pode misturar lotes ou se deve dar um pouco mais de atenção no terreiro, por exemplo.
Sei que cada ano tem sua peculiaridade, portanto, o produtor que procura entender como funciona a planta deve monitorar e agir na hora certa. Com os tratos corretos, vai andar mais perto da qualidade.
*Técnico em Cafeicultura, supervisor de qualidade da empresa Agro Fonte Alta, Q-Grader e mestre de torra