VII Simpósio do Papaya Brasileiro debate Produção e Sustentabilidade Hídrica

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Foto: Divulgação

O Estado recebeu nesta semana o Papaya Brasil 2018 – VII Simpósio do Papaya Brasileiro sob o tema central “Produção e Sustentabilidade Hídrica”. Considerado o principal fórum de inovação tecnológica, atualização e intercâmbio técnico-científico nacional e internacional, o simpósio começou nesta quarta-feira (22) e segue até sábado (25) e traz uma vasta programação que contará com nomes consagrados, envolvidos com a cadeia produtiva do mamoeiro.

O VII Simpósio é realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) e Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro) e tem como apoiadores institucionais a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), a Feira Agrícola, a Sociedade Espiritosantense de Engenheiros Agrônomos (SEEA) e a Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF).

De acordo com o pesquisador do Incaper e coordenador do Papaya-Brasil, David dos Santos Martins, o evento tem  o objetivo de promover o intercâmbio científico-tecnológico e de mercado entre pesquisadores, empresários, produtores e demais integrantes da cadeia produtiva do mamão e a apresentação dos vários estudos realizados, nas diversas Instituições de Pesquisa e Desenvolvimento do país, nas diferentes áreas do conhecimento, com o intuito de gerar ou adaptar tecnologias para aumentar e produtividade e obter melhor qualidade e conservação dos frutos.

O pesquisador explicou que atualmente o Estado produz cerca de 260 mil toneladas, em aproximadamente 6 mil hectares, com uma produtividade média entre as maiores do país. “A cultura gera aproximadamente 40 mil empregos, entre diretos e indiretos, e encontra-se instalada na região Norte do Estado cujas condições edafoclimáticas e a alta tecnologia empregada na sua exploração permitem a produção de frutas com padrões de qualidade com boa aceitação nos mercados consumidores locais e internacionais”.

O diretor do Cedagro, Gilmar Dadalto, lembrou que o Espirito Santo é referência nacional e internacional quando se fala na cadeia produtiva de mamão. “Quando falamos em produção, exportação, qualidade e especialmente em tecnologias geradas para o campo e para o mercado”, disse.

A Diretora-presidente do Incaper, Nara Sthefania Tedesco, explicou que o mercado vem exigindo frutas de alta padrão de qualidade, com requisitos de segurança alimentar, pensando em baixo impacto ambiental e em justiça social. “Este é um cenário cada vez mais valorizado e inspirado no mercado internacional. Por este motivo estamos fortalecendo, cada vez mais, as parcerias entre o setor público e o privado, com a premissa de profissionalizar todo o setor e os investimentos em pesquisa, levando em conta, fiscalização fitossanitária, as melhores e mais viáveis condições de manejo da cultura e inúmeras tecnologias de colheita e pós-colheita, o que irão fortalecer ainda mais a cadeia produtiva do mamão, frente a todos os nossos desafios diante de um mercado dinâmico, extremamente exigente e competitivo”, disse.

O subsecretário de Estado da Agricultura, Marcus Magalhães, afirmou que o Simpósio reforça o Espírito Santo como um importante produtor de mamão papaya no País. “É importante o Simpósio do Papaya ser realizado no Estado, que tem o trade do mamão consolidado no abastecimento dos mercados doméstico e internacional, já que somos exportadores da fruta para EUA e Europa. Além disso, mostramos que diversificação na produção agrícola é fundamental para enfrentarmos eventuais desafios adversos na agricultura”, destacou Magalhães.

Mamão Papaya no Brasil

Vale lembrar que o Brasil se destaca no cenário mundial ocupando, em 2016, com produção de 1.424.650 toneladas, em 30.372 ha, o segundo maior produtor, ficando atrás da Índia, com 10,8% da produção mundial. Nesse mesmo ano, o volume exportado de mamão pelo Brasil foi de 37,8 mil toneladas, o que lhe coloca na terceira posição, atrás do México e Guatemala, com 10,4% da exportação mundial. Portugal, seguido dos Países Baixos (Holanda), Espanha, Reino Unido e Alemanha são os maiores destinos da fruta brasileira.

Entre as frutas da pauta de exportação brasileira de 2017, o mamão está entre as sete primeiras, com uma participação de 4,45%. O Espírito Santo foi o maior exportador brasileiro, com 35,9% do volume exportado, seguido do Rio Grande do Norte, com 28,1%, Bahia (14,6%), e Ceará (11,5%). Porém, o volume exportado pelo Brasil ainda é muito pequeno, representando menos de 2% da produção nacional da fruta.

O primeiro dia do evento também recebeu a 1ª Conferência sob o título “Cenários do Mercado Brasileiro e Internacional do Mamão”, ministrada pelo Vice Presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de frutas e derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho e moderada pelo Presidente da Brapex do muninípio de Linhares, Rodrigo Pontini Martins.

Segundo informações da Abrafrutas, estão entre os principais produtores mundiais, por ordem de área e produção, a China, a Índia, o Brasil e Estados Unidos.

Segundo Guilherme Coelho, o Brasil é o 3º maior produtor mundial de frutas, com uma produção de 44 milhões de toneladas por ano e dois milhões de hectares; isso gera em torno de 5 milhões de empregos e 33,0 bilhões do valor bruto da produção. Ele ainda explicou que, nos principais polos de produção do Brasil, estão divididos entre frutas da Amazônia, melão, melancia e mamão, uva, manga e frutas tropicais, banana, cítricos, manga, mamão e abacate e figo, maça, pêssego, entre outros.

No evento também houve a apresentação dos resultados de pesquisas técnico-científicas mais recentes para a cultura do mamão desenvolvidas em diferentes instituições de ciência, tecnologia e inovação nacionais nas diversas áreas do conhecimento.

“A divulgação dos novos resultados da pesquisa associada ao intercâmbio de informações dos diversos segmentos da cadeia produtiva deverá contribuir, substancialmente, para a melhoria da qualidade da produção, além de fortalecer e consolidar o Brasil ainda mais como produtor e exportar de mamão”, reforçou David Martins.

Programação completa

A edição do Papaya Brasil 2018 – VII Simpósio do Papaya Brasileiro apresenta temas atuais importantes para a cultura, por meio de palestras, painéis de discussão e mesas redondas, e conta com a apresentação dos resultados de pesquisas tecnológicas e científicas mais recentes para a cultura, além de permitir um ambiente propício para o levantamento de demandas do setor, que servirão de parâmetro para as instituições desenvolvam suas pesquisas com a cultura do mamão.

Na sexta-feira à tarde haverá o mini-curso “A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção” e o encerramento do evento será no sábado, com a visita técnica – com duração de quatro horas – ao Polo de Produção e Exportação de Mamão de Linhares, coordenada pela pesquisadora do Incaper, Fabíola Lacerda e o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), José Roberto Macedo Fontes.

O evento está sendo realizado no Centro de Treinamento Dom João Batista – Praia do Canto, Vitória (ES).

Com informações de assessoria

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