Uma pesquisa inédita vai caracterizar as prioridades da pecuária de corte no Brasil. Disponibilizada para acesso público oficialmente a partir desta quinta-feira (05), a enquete quer conhecer a opinião de produtores rurais, empresários, consultores, técnicos, pesquisadores, professores, estudantes e demais atores da cadeia sobre as principais demandas e problemas atuais do setor.
A pesquisa visa auxiliar no direcionamento de estratégias de pesquisa, transferência de tecnologia e divulgação de informações para os públicos de interesse. “Com a informação vinda dos próprios componentes da cadeia, poderemos ter uma visão ampla sobre essas demandas e problemas. Será possível definir metas de inovação e a partir de uma informação qualificada entender o que é prioritário”, explicou o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul (Bagé, RS), Vinícius Lampert.
Além dos dados para conhecer o perfil do entrevistado, a pesquisa navega por diversos temas que vão ajudar a contextualizar essas demandas, como saúde e bem-estar animal, nutrição animal e forrageiras, melhoramento animal, gestão e sistemas de produção e ciência e tecnologia da carne.
Atuação por território
Conforme Lampert, o setor produtivo está em constante mudança, demandando atenção e atualização sobre essas transformações no tempo e no espaço. “Nesse contexto, esse levantamento é para entender as demandas nesse momento, em 2018”, pontuou. Além de uma visão geral das demandas, os resultados da pesquisa podem ser segmentados, gerando informações das prioridades por região, estado do país ou por perfil do participante.
A pesquisa vai ajudar a aprimorar o conhecimento a respeito de demandas tecnológicas em importantes áreas da pecuária de corte. Para o pesquisador da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Paulo Henrique Nogueira Biscola, quanto mais atores da cadeia preencherem com precisão as necessidades reais do setor, maior será a possibilidade de extrair informações qualificadas desses dados. “Com a participação de um número expressivo de pessoas será possível identificar as necessidades por perfil de respondentes a partir de variáveis geográficas e demográficas. Essa estratificação é importante para no futuro termos ações mais direcionadas a determinados territórios e públicos”, explica.
Conforme o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Guilherme Cunha Malafaia, os resultados da pesquisa vão possibilitar uma melhor compreensão sobre os desafios tecnológicos do setor nos diferentes biomas brasileiros, permitindo “um olhar estratégico territorial para poder criar soluções tecnológicas em aderência com as reais necessidades geográficas”, completa.
Para o professor e coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro/UFRGS) Júlio Barcellos, a pesquisa busca mostrar um retrato das principais tendências e necessidades do setor. “Isso não significa que não entendamos e não enxerguemos o que é necessário para potencializar a produção e a produtividade da pecuária de corte, mas é fundamental que aquilo que nós enxergamos seja confirmado pela opinião e pela participação dos envolvidos com a atividade. Essa resposta será muito importante e um grande direcionador das nossas ações futuras”, destacou.
A professora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Fernanda Garbin, ressalta a importância do estudo no País, onde a pecuária de corte tem grande repercussão na economia. “A Unipampa tem como uma de suas atribuições contribuir no desenvolvimento da região onde está inserida por meio do ensino, pesquisa e extensão. Nesse sentido, a pesquisa teve sua primeira versão desenvolvida e aplicada num contexto regional, sendo possível contribuir com aspectos metodológicos e treinar alunos de graduação do curso de Engenharia da Produção”, contextualiza.
O levantamento é uma iniciativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), através das Unidades Embrapa Pecuária Sul e Embrapa Gado de Corte, Unipampa e NESPro/UFRGS.
Como participar?
A enquete vai ser enviada via WhatsApp e e-mail para grupos variados de atores ligados à pecuária de corte. Os interessados em participar também podem acessá-la clicando aqui. Em média, para responder a pesquisa é necessário um tempo inferior a 5 minutos. Uma primeira análise será feita no dia 31 de maio de 2018 e os entrevistados interessados que informarem seu e-mail têm a possibilidade de receber o resultado do levantamento.