Dia de campo sobre área de preservação permanente e reserva legal é realizado em Linhares

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O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), realizou na Área Experimental do Projeto Biomas – Mata Atlântica, situada na Fazenda São Marcos, em Linhares, o dia de campo sobre Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). Aproximadamente 100 pessoas – entre produtores rurais, técnicos e pesquisadores – participaram do evento.

O Projeto Biomas é coordenado nacionalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sendo o Incaper coordenador na Mata Atlântica e apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“A diretoria do Incaper apoia ações como essa, ainda mais depois desse período de seca que passamos e que acaba ganhando uma importância maior. Os sistemas mostrados são referência e servem de exemplo para outros estados, com resultados positivos melhorando as condições ambientais e gerando renda para o produtor”, ressaltou o diretor-técnico do Incaper, Mauro Rossoni Junior.

Para a coordenadora do Projeto Biomas Mata Atlântica no Espírito Santo, Fabiana Ruas, esses temas são relevantes tendo em vista o momento de déficit hídrico que o Espírito Santo passa. “É fundamental mostrar aos produtores rurais exemplos práticos de espécies arbóreas que podem ser consorciadas dentro das áreas de preservação permanente, associando a parte de reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica. Outro ponto é mostrar a diminuição de riscos quando for feito o reflorestamento e a recomposição de área”, explicou Fabiana Ruas.

Durante o dia de campo foram montadas três estações. A primeira debateu o modelo de restauração ecológica visando acúmulo eficiente de carbono (SUBPROJETO MA 15), que foi ministrada pela analista de meio ambiente florestal da Fibria, Tahtiane Santo Sarcinelli.

“Mostramos um experimento que foi implantado com a parceria entre Fibria, Incaper, CNA. Ele tem cinco tratamentos: eucalipto puro, eucalipto consorciado com plantas nativas, plantas nativas puras e uma semeadura. Esse experimento foi realizado com mudas e na semeadura usamos sementes de feijão de porco, feijão guandu e sementes de espécies nativas. Mostramos modelos que sejam mais eficazes para restauração ecológica. É importante destacar que o produtor precisa aprender a aproveitar o que já existe de regeneração natural nas áreas”, explicou Tathiane.

A segunda estação tratou sobre o plantio de espécies florestais nativas em topossequência (Subprojeto MA 16) e foi ministrada pelo pesquisador da Embrapa Florestas, Alexandre Uhlmann. “Pontuamos os resultados de um experimento implantado em 2012 em que plantamos 18 espécies, onde uma parte tem mais influência hídrica do que a outra, para ver quais as espécies teriam mais êxito. Trocamos experiências e percebemos o interesse dos produtores quanto as áreas de preservação permanente (APP)”, disse Alexandre.

A última estação tratou sobre silvicultura de espécies arbóreas com potencial econômico de restauração ecológica (SUBPROJETO MA 19) que foi ministrada pela engenheira florestal, Ana Clara Caou Rodrigues. “Mostramos um exemplo de recomposição de reserva legal que é conduzido pelo pesquisador Pedro Carvalho. Utilizamos espécies em uma área de pastagem que não tinha um banco de sementes, então a recomposição teve que ser feita desde o controle do mato até o cuidado com as mudas”, ressaltou Ana Clara.

Para o produtor rural Gino Margotto Marianelli, o dia de campo é uma troca de experiências e uma oportunidade do produtor ter mais informações quanto o uso das áreas de preservação permanente e a reserva legal. “Acredito que ver na prática a possibilidade de implantar esses sistemas pode garantir a sustentabilidade e ser economicamente viável para o produtor. Tenho dois alqueires onde um é mata nativa e o outro está sendo implementado um consórcio entre café e sistemas agroflorestais. Quando comecei, há três anos, já acreditava em bons resultados”, destacou Gino.

Saiba mais sobre o Projeto Biomas clicando aqui.

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