A previsão de crescimento do agronegócio no Brasil para o período entre 2015 e 2020 é de 45%. De acordo com um levantamento da Nokia, o tráfego de banda larga móvel dos dispositivos celulares da zona rural brasileira deverá atingir 1,7 Tbps ao ano em 2020, o mesmo volume de todo o tráfego anual de uma das operadoras móveis que fornece serviços no país.
Segundo executivos da empresa finlandesa do Brasil, é essencial investir na expansão na cobertura da barga larga em zonas rurais. Atualmente, o país conta com apenas de 3% de cobertura de internet de alta velocidade em localidades rurais.
“O problema da baixa conectividade poderá ser minorado com o lançamento, no início do próximo ano, dos satélites de baixa órbita pela OneWeb”, afirmou Wilson Cardoso, diretor de Tecnologia da Nokia na América Latina.
Ainda de acordo com o executivo da Nokia, o avanço da agricultura de precisão é necessária para agregar valor ao agronegócio brasileiro. “Com a intensidade da competição, vamos ter que exportar não só produtos da agroindústria, mas também bens. E vamos ter que estar inserido num sistema global de rastreamento. O consumidor do Japão ou da China vai querer acompanhar o crescimento do frango criado no Brasil, todo o ciclo. Será um desafio enorme”, prevê Cardoso.
A Nokia, em parceria com om a Oi e a Pontifícia Universidade Católica do Paranã, patrocina um projeto para atacar a Ferrugem Asiática com uso das tecnologias de Internet das Coisas (IoT). “Dessa forma, o agricultor poderá, por exemplo, fazer aplicações de fungicidas somente quando chegarem as condições apontadas pelo monitoramento, e não como se faz atualmente, com aplicações sistemáticas, muitas vezes acima dos limites permitidos – o que causa até mesmo bloqueio da produção”, disse Cardoso.
Para o diretor de Tecnologia da Nokia, existe um enorme potencial para IoT no campo. Entre os possíveis usos estão o monitoramento remoto de rebanhos, captando dados como batimento cardíaco dos animais, quilômetros andados, quantidade de inseminações realizadas e aplicação de fungicidas por drones controlados remotamente. “Com uma pequena estação radiobase, o agricultor faz todo o controle da fazenda de um data center de onde quer que esteje”, explicou.