O CIB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia) lançou este mês um banco de dados completo com todos os organismos geneticamente modificados (OGMs) aprovados no Brasil. A compilação organiza os produtos liberados pelas categorias “Para Plantio”, “Para Consumo Humano” e “Para Consumo Animal”, e traz ainda um comparativo com os transgênicos aprovados em outros países, como Estados Unidos, Argentina, China, Colômbia, União Europeia.
Entre os produtos listados no banco de dados do CIB constam 15 tipos de algodão liberados no Brasil, bem como um feijão, 39 milhos, 13 sojas e 1 eucalipto. A listagem pode ser acessada aqui.
O Conselho também disponibiliza um banco de dados com OGM aprovados no Brasil para outras finalidades, tais como vacinas, micro-organismos, medicamentos e um inseto, organizados para uso humano ou veterinário. Nessa tabela consta também a data de aprovação e uma breve descrição da característica do organismo geneticamente modificado.
De acordo com a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani, a missão do órgão é compartilhar informações sobre a biotecnologia e seus produtos, aumentando a familiaridade da sociedade com o tema. O objetivo de disponibilizar a lista completa com todos os produtos transgênicos já aprovados no Brasil é compartilhar um conhecimento que é útil para o cotidiano das pessoas.
Segundo ela, ainda falta um conhecimento mais exato do público sobre o tema: “Uma pesquisa de opinião pública conduzida pelo IBOPE Conecta em 2016 revelou que 80% das pessoas responderam corretamente ao serem questionadas sobre o que é um transgênico. Apesar disso, nenhum dos entrevistados enumerou com exatidão as culturas geneticamente modificadas (GM) plantadas no Brasil. O País cultiva hoje sementes transgênicas de soja, milho e algodão. Na pesquisa, os dois primeiros são citados por, respectivamente, 60% e 51%. A resposta correta é mencionada por apenas 11% dos participantes, mas eles também acrescentam outros produtos na lista, como trigo (30%) e tomate (23%), que não possuem versões GM no mercado”.
Brondani salienta que a informação, embora já estivesse disponível (no site da CTNBio, por exemplo), não estava chegando às pessoas. “Por entender que as informações disponibilizadas pela comissão são destinadas aos legisladores e a outros cientistas, resolvemos organizá-las de forma fácil, intuitiva e, ao mesmo tempo, detalhada. Assim, o consumidor pode navegar pelos produtos aprovados e descobrir quais são as características introduzidas no produto, bem como a técnica de obtenção do mesmo. Ao consultar o banco de dados, o público verá que não há nenhum trigo transgênico aprovado no Brasil, por exemplo”, justifica ela.
A executiva ressalta também a preponderância do Brasil no cenário mundial em termos de aplicação de transgênicos. “Excetuando os Estados Unidos, o Brasil é um dos países que mais adota biotecnologia no mundo. Fomos os primeiros a aprovar um feijão e um eucalipto. Temos também vacinas, microrganismos, medicamentos e até um inseto. Essa posição de destaque do Brasil se deve a vários fatores mas, certamente, um dos mais importantes, é a aprovação da Lei de Biossegurança, em 2005, que harmonizou o ambiente institucional e pavimentou o caminho para que o nosso marco regulatório fosse reconhecido internacionalmente como um dos mais rigorosos e completos do mundo. Até o final de 2005, apenas quatro produtos estavam liberados para comercialização, hoje já são 112 eventos transgênicos aprovados.