Foi realizada nesta terça-feira (06) a segunda turma do “Treinamento sobre Receituário agronômico e Uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) na aplicação de agrotóxicos”. O encontro, promovido pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), aconteceu no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Vitória.
O treinamento, com carga horária de 6 horas, é voltado para responsáveis técnicos que emitem receita agronômica em revendas de agrotóxicos e engenheiros agrônomos do Idaf, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Secretaria Estadual de Saúde.
O diretor técnico do Idaf, Ezron Leite Thompson, falou aos participantes sobre receituário agronômico. O documento, que deve ser emitido por um profissional habilitado, é obrigatório para a compra de produtos agrotóxicos. “Nesse contexto, é essencial que os técnicos envolvidos orientem adequadamente os produtores, uma vez que o documento nem sempre é compreendido. Considerando que 80% dos produtores rurais do Brasil possuem ensino fundamental incompleto ou menos, precisamos ter como foco o bom resultado na aplicação dos agrotóxicos buscando obter maior eficiência no controle das possíveis pragas e minimizar ou neutralizar os efeitos prejudiciais dos produtos sobre as pessoas, os animais, alimentos e o meio ambiente”, explicou.
O engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho Luiz Carlos Castanheira orientou sobre “Normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho” e “Uso e lavagem dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)”. “É importante mudar o conceito com relação à recomendação de uso do EPI. Ele deve ser prescrito com base em um estudo de exposição, ou seja, o tipo de equipamento poderá variar de acordo com a formulação que será utilizada, a área tratada, o porte da cultura, entre outros fatores. Isso precisa ser considerado pelos profissionais do setor. Por outro lado, é essencial a responsabilidade do produtor pelo uso do que lhe foi prescrito. Cada profissão tem seu EPI. Os policiais, os profissionais da construção civil, os pilotos. Não estamos falando de um traje de passeio, portanto, realmente pode gerar algum desconforto. Entretanto, é preciso termos em mente que, como o nome já diz, essas vestimentas visam à nossa proteção, por isso precisam ser utilizadas. É a vida que está em jogo”, alertou Castanheira e complementou: “Já tivemos muitos avanços. Hoje os materiais são pensados de forma a garantir a segurança tanto contra o agente químico quanto o físico (temperatura), proporcionando maior conforto térmico.”
Praticidade
O responsável técnico Cláudio Tardin, que atua neste segmento há 17 anos, conta que em seu estabelecimento pretende implementar, a partir de 2017, um novo modelo de documento para orientação aos produtores. “A receita é preconizada por lei e não pode ser suprimida, mas estamos buscando decodificar as prescrições para os produtores para que compreendam melhor o que precisa ser feito no momento da aplicação. Estamos pensando em estratégias para que isso seja assimilado por pessoas que, muitas vezes, têm pouca instrução. As informações precisam ser preenchidas de forma mais objetiva e estamos buscando isso”, disse.
Outras turmas
A primeira turma ocorreu nessa segunda-feira (05) em Linhares. As próximas serão realizadas em Cachoeiro de Itapemirim (07/12) e Venda Nova do Imigrante (08) e contarão também com a participação do engenheiro agrônomo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) Fabio Kagi, que falará sobre “Programas de controle de qualidade dos EPIs” e “Formas de exposição, Medidas de segurança coletiva e Interface produtos, tecnologia de aplicação e segurança”.
Francine Castro