Comitiva da África vem ao Estado conhecer tecnologias usadas na cafeicultura

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africanos IncaperUma comitiva da África chegou esta semana ao Espírito Santo para conhecer de perto a cafeicultura capixaba. Os participantes foram recepcionados por técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O objetivo é mostrar a eficácia das tecnologias aplicadas para uma produção de café com qualidade.

O grupo é formado pelo diretor de estratégia e planejamento do órgão de desenvolvimento da cafeicultura de Uganda, Normam Mutecanga, pelo produtor rural Abdallah Mangalji, pelo gerente regional da Uganda Coffe Development Authority, responsável pela parte oeste do país, Baluku Jimmy, e pelo diretor da MBOZI Coffee Curing Co LTD (usina de beneficiamento de café na Tanzânia), Geralde Manongi.

Os africanos foram recebidos pelo diretor-presidente do Incaper, Marcelo Suzart de Almeida, pelo diretor técnico do Instituto Mauro Rossoni e pelos pesquisadores Romário Gava Ferrão, Maria Amélia Gava Ferrão e Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca (Incaper/Embrapa Café).

Para o diretor-presidente do Incaper, Marcelo Suzart de Almeida, a visita é fundamental para a troca de experiências. “Receber a comitiva africana é muito importante para a realização de um intercâmbio de informações. Tendo em vista a latitude semelhante entre Uganda e Brasil, podemos ter um grande ganho de conhecimento”.

“A cafeicultura capixaba é conhecida internacionalmente e grande parte desse desenvolvimento se deve aos resultados dos trabalhos de pesquisa, assistência técnica e extensão rural realizados pelo Incaper e por parceiros. Isso desperta o interesse de outros países produtores e consumidores de café. E por meio dessas visitas são feitas as trocas de experiências visando cada vez mais a uma cafeicultura competitiva e sustentável”, ressaltou o pesquisador do Incaper Romário Gava.

O Espírito Santo é o 2º maior produtor brasileiro de café, com expressiva produção de arábica e conilon. É responsável por 22% da produção brasileira. Atualmente, existem 435 mil hectares em produção no Estado. Para o africano Normam Mutecanga, conhecer outra realidade de produção de café é enriquecedor. “Visitar a cafeicultura do Espírito Santo por meio das ações de pesquisa do Incaper é um ponto de partida para nos incentivar a investir mais em pesquisa e assistência técnica e para que possamos desenvolver a produção de robusta (conilon), que nos últimos 100 anos ficou estagnada”.

A comitiva africana também fez uma visita técnica em uma propriedade no município de Fundão, onde puderam observar as várias tecnologias recomendadas pelo Incaper.

Análise do produtor

Abdallah Mangalji é produtor de café em Uganda e tem 130 hectares de arábica e 40 hectares de conilon. “A extensão rural é o caminho para o sucesso na produção. Essa troca de experiência serve não só para fortalecer as políticas públicas, mas também ações sociais para a inclusão das famílias na cafeicultura”.

Nos últimos dois anos, o Incaper recebeu visitas técnicas de países africanos (Uganda, Quênia, Tanzânia, Costa do Marfim), além do México, Malásia e Estados Unidos.

Vanessa Capucho

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