O fenômeno climático La Niña já começa a se configurar no Pacífico, e a partir do início da próxima primavera deve ser tão prejudicial para a agricultura quanto seu predecessor, El Niño (2015/16). É o que dizem os meteorologistas da Climatempo, apontando que haverá secas no Sul e aumento das chuvas no Norte e Nordeste, por conta de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra.
“La Niña é a fase fria de um fenômeno atmosférico-oceânico. Ela é caracterizada pelo esfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical”, explica a meteorologista Bianca Lobo. Segundo ela, este fenômeno altera toda circulação de umidade e calor ao redor do globo, alterando ou potencializando características normais das estações do ano.
A alternativa para os produtores rurais é planejar melhor seus períodos de plantio: “As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem ter temperaturas de normal a ligeiramente acima da média, ou seja, bem mais ameno do que nos últimos dois anos. Já o Norte e Nordeste devem estar mais quentes, mas em relação ao ano anterior será mais ameno também”, pontua o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento.
O especialista projeta que La Niña já esteja presente no Brasil a partir do próximo mês de outubro, permanecendo ao longo de 2017. “Pode haver seca no Sul, mas só no período de inverno/primavera”, destaca Nascimento. Com isso, a região pode sofrer grandes prejuízos no trigo, soja e arroz – suas culturas exponenciais.
Já nas regiões Norte e Nordeste as chuvas acima da normalidade devem prejudicar a cana-de-açúcar, principal produto da região, além da soja, algodão, caju, uvas finas, manga, melão e acerola, mandioca, milho e arroz.
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