O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) apreendeu aproximadamente 144.600 ovos (de galinha e de codorna) sem o registro no serviço de inspeção oficial, que é obrigatório. A ação, realizada em parceria com a Polícia Militar Ambiental, teve início na tarde dessa quarta-feira (20), em Pedro Canário, na divisa do Espírito Santo com a Bahia.
A operação foi programada após denúncia anônima de que ovos não inspecionados estariam sendo comercializados em regiões da Bahia. Os veículos eram provenientes do município capixaba Santa Maria de Jetibá.
Segundo a médica veterinária do Idaf, Luciana Fischer, todo produto de origem animal deve, obrigatoriamente, ser registrado no serviço de inspeção oficial, que pode ser municipal, estadual ou federal (SIM, SIE e SIF, respectivamente). “Os alimentos processados de forma clandestina não adotam as exigências sanitárias preconizadas pela legislação, colocando em risco a saúde do consumidor. No caso dos ovos, a contaminação por salmonela é a mais comum, podendo acarretar problemas intestinais graves em quem eventualmente consumir o produto”, explicou.
Os responsáveis pelas cargas foram multados e os produtos foram destruídos por não ser possível comprovar se estavam aptos ao consumo. “Não podemos correr o risco de expor a população com alimentos cuja procedência não pode ser identificada. É um cuidado, garantido pela legislação, uma vez que não se tem garantia de que aqueles ovos foram manipulados em condições higiênico-sanitárias adequadas”, disse a médica veterinária, Luciana Fischer.
Manipulação adequada
De acordo com a chefe da Seção de Defesa Sanitária Animal do Idaf, Flaviane Castro de Faria, os ovos que são comercializados devem, obrigatoriamente, passar por um entreposto, que é o estabelecimento registrado junto ao serviço de inspeção oficial responsável pela recepção, higienização e embalagem dos produtos oriundos das granjas. “Nesses locais, os ovos passam por processos, como a ovoscopia, que utiliza uma fonte de iluminação, permitindo verificar se há presença de fungos, sangue, ruptura da gema ou mesmo trinca na casca, que indicam ou potencializam a contaminação dos alimentos”, esclareceu Flaviane.
Ao comprar ovos, os consumidores devem verificar na caixa a presença do carimbo do serviço de inspeção (SIM, SIE ou SIF). Em casa, devem mantê-los preferencialmente refrigerados. “Os ovos não devem ser lavados para armazenamento, pois isso tira a proteção da casca, que é porosa e pode possibilitar a passagem de contaminantes para o interior do alimento. A lavagem só deve ser feita quando for consumir o ovo”, orientou a médica veterinária Flaviane Faria.
Mais apreensões
Além dos ovos, ainda foram apreendidos 800 quilos de ostras (vieiras) também sem a inspeção obrigatória. O veículo era proveniente da Bahia e os produtos seriam comercializados em Vitória. Todo o material foi destruído.
Francine Castro