O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) revogou a Instrução Normativa que reconhecia o Espírito Santo como área livre da sigatoka negra, doença da bananeira. A mudança foi publicada nesta quarta-feira (29), no Diário Oficial da União, por meio da Instrução Normativa n° 12/2016.
Segundo o diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Júnior Abreu, com a revogação, as propriedades produtoras deverão implantar o Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para exportarem a banana para estados livres da doença ou que também estejam sob SMR. “Desde a suspeita da praga, as lavouras estão sendo acompanhadas sistematicamente e reuniões estão sendo feitas constantemente envolvendo o setor produtivo. O Idaf envidou esforços antecedendo a revogação para evitar que o setor fosse pego de surpresa. Esta postura proativa foi fundamental para que os produtores pudessem se preparar para o SMR”, disse Júnior Abreu.
A ocorrência de sigatoka negra foi confirmada em propriedades de São Mateus, Pinheiros e Linhares, no norte do Estado. Desde então, o Idaf tem trabalhado na delimitação da ocorrência da praga em todos os municípios. O objetivo é reduzir ao máximo o impacto no restante do território capixaba e permitir que a comercialização da cultura não seja prejudicada.
De acordo com a chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Vegetal do Idaf, Adriana Kister, foram capacitadas sobre o controle da sigatoka negra mais de 100 pessoas, entre servidores do Idaf e da Superintendência Federal de Agricultura no Espírito Santo (SFA-ES) e responsáveis técnicos de várias regiões do Espírito Santo. “Também fizemos reuniões técnicas, orientando e informando sobre a doença. Todas as decisões foram pensadas de forma conjunta, respeitando a legislação vigente e levando-se em conta a defesa sanitária vegetal do Estado e o impacto econômico para os produtores. Neste momento, serão necessários alguns investimentos, mas temos notícias de que em outras regiões esta situação impulsionou a cadeia produtiva da banana, ou seja, o saldo foi positivo”, disse Kister.
Sigatoka negra
A sigatoka negra é a mais grave doença da bananeira, provocada por fungo e disseminada, principalmente, pelo vento e por embalagens.
Estados com ocorrência de sigatoka: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Tocantins, Maranhão, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo.
Obs: Nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais há municípios considerados livres para a sigatoka negra. Os estados da Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Santa Catarina estão sob sistema de mitigação de riscos.
Saiba mais
A bananicultura ocupa uma área cultivada de aproximadamente 23.000 hectares, presente em mais de 90% dos municípios, sendo a fruteira de maior importância social no Espirito Santo. A bananeira é cultivada em 17 mil propriedades rurais, predominantemente familiares, gerando cerca de 30 mil ocupações em sua cadeia produtiva.
O que é Sistema de Mitigação de Risco (SMR)?
É um conjunto de medidas para minimizar o risco da praga, com o objetivo de reduzir o impacto nas lavouras de banana, possibilitando a produção.
Como aderir ao Sistema de Mitigação de Risco (SMR)?
1. A lavoura deverá ser cadastrada como unidade de produção (UP) sob Sistema de Mitigação de Risco (SMR) junto ao Idaf.
2. Nas Unidades de Produção é necessário o acompanhamento do responsável técnico (RT) habilitado.
3. O produtor e o RT deverão assinar o Termo de Adesão ao Sistema de Mitigação de Risco (SMR) junto ao Idaf.
4. A casa de embalagem da propriedade deve ser cadastrada junto ao Idaf.