Cerca de 650 pesquisadores de todo o Estado participaram do maior edital de pesquisa da história da agropecuária capixaba – o +Pesquisa AgroCapixaba. Foram recebidos 142 projetos, totalizando 29 redes, com uma demanda orçamentária bruta de R$ 20,2 milhões.
As inscrições foram encerradas no último dia 31. Os projetos aprovados irão subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural sustentável, a elevação da renda dos produtores, o adensamento dos arranjos produtivos, a conservação do solo e o uso racional da água.
O edital, no valor de R$ 14 milhões, representa o maior investimento com recursos próprios já feito pelo Governo do Estado em pesquisa agropecuária. Trata-se de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti). Os projetos de pesquisa poderão ser desenvolvidos em 11 temas: Fruticultura; Mamão; Cafeicultura; Produção Animal; Olericultura; Pipericultura (pimenta-do-reino); Silvicultura e Sistemas Integrados de Produção; Culturas Alimentares e Floricultura; Aquicultura e Pesca; Água, Solo e Agricultura de Baixo Carbono; e Agroecologia e Agricultura Orgânica.
O secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, ressalta que a elaboração do edital +Pesquisa AgroCapixaba levou em consideração os resultados obtidos durante as oficinas do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agropecuária Capixaba, o Pedeag 3, realizado entre os meses de agosto e novembro de 2015. “Ouvimos todas as prioridades dos produtores rurais, arranjo por arranjo, e publicamos um edital exclusivo para pesquisa agropecuária. Estamos muito contentes que pesquisadores de todo o Estado tenha se mobilizado para participar desse edital e contribuir para um futuro melhor do setor agropecuário capixaba”, ele frisa.
O diretor presidente da Fapes, Antonio Bof Buffon, destaca que a intenção do Governo do Estado em realizar o +Pesquisa Agrocapixaba é de “interiorizar a pesquisa e estimular o maior número de instituições de ensino e pesquisa localizadas no Espírito Santo em participar do desenvolvimento econômico, social e ambiental, sustentável, do estado”, defendeu.
Os projetos inscritos precisam, necessariamente, ser desenvolvidos em Rede. Cada Rede de pesquisa terá um coordenador e será composta por, no mínimo, três projetos com coordenadores distintos, sendo um deles o coordenador da Rede. Pelo menos um dos projetos deve ser coordenado por pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) ou do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), instituições vinculadas ao sistema Seag. E pelo menos um dos projetos da Rede deve ser coordenado por pesquisador vinculado a uma instituição do Espírito Santo que não faça parte do Sistema Seag.
As Redes de pesquisa vão contribuir para a integração das instituições de ensino e pesquisa capixabas, incentivando a consolidação de jovens pesquisadores, aumentando a produção técnico-científica e estimulando a interdisciplinaridade e o intercâmbio institucional.
+ Pesquisa AgroCapixaba
O edital “+Pesquisa AgroCapixaba” é o primeiro fruto do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba, criado a partir do diálogo e das atividades desenvolvidas no âmbito do Pedeag 3. As linhas de pesquisa foram definidas com base nas demandas que surgiram durante os debates realizados nas mais de 50 oficinas de trabalho em torno dos principais arranjos produtivos da agropecuária capixaba.
Um dos principais desafios apontados durante as oficinas do Pedeag 3 está relacionado ao problema da escassez de água. E a expectativa é de que os projetos desenvolvidos permitam a busca de soluções inovadoras para a mitigação dos efeitos climáticos adversos que o Espírito Santo vem enfrentando nos últimos anos.
Ingrid Castilho