Indústrias de Minas investem na secagem do soro do leite

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As indústrias de leite de Minas Gerais obtêm cerca de 3,7 bilhões de soro por ano ao produzir queijo, mas até pouco tempo atrás o produto era destinado aos animais ou jogado nos rios. Além de contribuir para a poluição ambiental, as empresas perdiam a oportunidade de explorar um mercado lucrativo, que possibilita a geração de emprego e renda.


Os empresários que se convenceram disso só lamentam não ter feito a opção pelo aproveitamento do soro há mais tempo, a exemplo dos empresários norte-americanos e da União Européia. O soro é um resíduo de alto teor protéico, com grande valor no mercado, inclusive internacional. Ele é utilizado na fabricação de produtos lácteos e também pelos setores de panificação e farmacêutico.
Este é o caso de José Eustáquio Bernardino de Sena, presidente da Montelac Alimentos, localizada em Itamonte, nas Terras Altas da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas. Ele diz que a empresa decidiu em 2002 trabalhar com bebidas lácteas e começou a aproveitar o soro. “Antes produzíamos apenas leite longa vida, queijo e outros alimentos à base de leite e destinávamos o soro para o consumo animal, e havia também a perda de um grande volume da matéria, o que agravava o problema ambiental”, explica. O empresário acrescenta que a Montelac passou a fazer a secagem do soro em abril 2007 e serviu de modelo para outras empresas do Estado que também aderiram ao processo.
A Montelac investiu cerca de R$ 9 milhões na implantação do projeto de secagem do soro, que gerou 30 empregos diretos e cerca de 200 indiretos. De acordo com José Eustáquio, o total de empregados da Montelac chega a 470. Atualmente, a empresa faz a secagem de 260 mil litros de soro por dia, mas a sua capacidade é da ordem de 400 mil litros diários. “A demanda dessa matéria aumenta a cada dia, o que pode ser comprovado pelo aumento da necessidade de importação do produto, e isso nos estimula a buscar a expansão de nosso negócio.” Para garantir o abastecimento, a Montelac conta com um grande número de parceiros, como a totalidade de laticínios da região Centro-Sul de Minas, que lhe fornecem a matéria-prima.”
Para adquirir o soro, a empresa paga de 4 a 6 centavos por litro, mas o produto entra na Montelac ao preço de 9 centavos o litro por causa do frete. O custo é coberto pelo grande volume de soro requisitado pelo mercado, embora algumas áreas ainda não sejam atendidas pela indústria de Itamonte, como a de medicamentos. “Pretendemos atender também a esse setor”, diz José Eustáquio. As encomendas atuais são para grandes fabricantes de ração, fábricas de chocolate e indústrias de panificação. “Até o início de 2008 a Montelac estará operando plenamente e existe um espaço para ocuparmos no mercado interno nos próximos cinco anos sem recorrer às exportações”, enfatiza o empresário.


 


Secr. de Agr. e Abastecimento – MG

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