ARTIGO – Perspectivas para a pecuária bovina brasileira e capixaba

por admin_ideale

 

As expectativas em 2011 para as cadeias produtivas de carne e leite, incluindo seus produtos, subprodutos e derivados, são favoráveis ao setor de produção. É o que dizem as principais fontes que analisam o mercado nacional e internacional.


A estimativa de crescimento da economia brasileira em torno de 5% nesse ano, a melhoria de renda da classe média e o desemprego nos menores índices da história do país (cerca de 6%) apontam para aumento de consumo interno de lácteos e carnes, segundo os especialistas.


Para a carne bovina, não há dúvidas entre os analistas sobre o aumento da demanda no mercado nacional. Estudos afirmam que há uma ampliação de 0,5% no consumo de carne quando a renda da classe média aumenta em 1%. E ela está crescendo nos últimos anos.


Contudo, a produção não tem acompanhado essa ampliação da demanda. A falta de matéria-prima para abastecer os frigoríficos tem provocado elevação dos preços. Em 2010, a carne bovina subiu por aqui cerca de 35%, ante uma inflação inferior a 6%.


Apesar dos ciclos de safra, que redundam em pequenas quedas ou altas de preços da arroba ao longo do ano, as análises apontam que os preços devem pelo menos permanecer nesse patamar atual, considerado elevado em relação à média histórica, até 2012 ou 2013.


Contribui para um cenário positivo internacional, o fato de países concorrentes, como Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Austrália, estarem no limite da capacidade de produção de carne. E ainda, nações emergentes aumentaram suas compras e alguns países desenvolvidos começam a dar sinais de recuperação na economia.


Já para os produtos lácteos, em 2010 houve um aumento no consumo interno de 4,4%, basicamente devido ao aumento da renda média dos brasileiros. O  consumo per capita brasileiro está abaixo do que recomenda o Ministério da Saúde (200 litros/ano de leite e derivados). Enquanto consumimos 161 litros per capita em 2010, os finlandeses consumiram bem mais, 361 litros per capita.


Neste início de ano, os produtos lácteos estão com preços razoáveis para o período no mercado interno e há também uma valorização do leite em pó no mercado internacional, dois indicadores importantes do ponto de vista de preços para os pecuaristas.


Para 2011, a previsão é de um aumento de pelo menos 2% no consumo interno de leite e derivados no Brasil. A melhora na renda, a diversificação na produção de lácteos, o aumento na produção e a melhoria na qualidade da produção primária de leite são as justificativas para o avanço.


Em relação ao mercado internacional, o desempenho da atividade leiteira está comprometido desde a crise no final de 2008.  Entre janeiro de 2009 e janeiro de 2011, o dólar caiu 25% ante o real, o que resultou em redução das exportações e aumento das importações.


E o Espírito Santo nesse cenário? A cadeia produtiva da pecuária de leite e corte é a segunda mais importante na geração de renda nas propriedades rurais. Também ocupa cerca da metade da área agropecuária do Estado.


Para avançarmos rumo à consolidação desse arranjo, precisamos superar desafios que passam pela inspeção, ampliação e melhoria das unidades processadoras, e por um salto tecnológico no setor de produção rural. Não se pode admitir pecuarista produzindo 20 mil litros de leite por hectare ano e outro menos de 1,5 mil. Há quem produza animal com qualidade de carcaça em 20 a 24 meses, e há pecuarista ofertando produto fora das exigências do mercado de carnes, num tempo muito maior.


Há conhecimento científico e tecnológico para dobrar a produção de leite e carne, no médio prazo. E será graças ao incremento tecnológico na pecuária que produziremos cada vez mais carne e leite em menor área, com menor custo e maior qualidade. Assim, aos poucos aproveitaremos essas oportunidades que surgem tanto no Brasil quanto no mercado internacional. Vamos em frente!


 


Enio Bergoli


Eng. Agrônomo, pós-graduado em Administração Rural e


Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca


 


 


Artigo publicado na Revista Campo Vivo – edição 09


 


 


 


 


Comente esta notícia. Clique aqui e mande sua opinião.


(É necessário colocar nome completo, e-mail, cidade e o título da notícia comentada. Todos os comentários enviados serão avaliados previamente. O Portal Campo Vivo não publicará comentários que não sejam referentes ao assunto da notícia, como de teor ofensivo, obsceno, racista, propagandas, que violem direito de terceiros, etc.)


 


Siga o Campo Vivo no Twitter  @CampoVivo
O Campo Vivo também está no Facebook


 

Você também pode gostar

O Portal Campo Vivo é um veículo de mídia especializada no agro, da Campo Vivo – Inteligência em Agronegócios, empresa ligada diretamente ao setor dos agronegócios, interessada na valorização das cadeias produtivas da agropecuária capixaba e nacional.

Siga nossas redes sociais

Desenvolvido por ideale.dev

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Vamos supor que você está de acordo, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar