Continua o Governo Federal não assumindo as suas responsabilidades frente à crise econômica. Qualquer medida, projeto de lei ou crítica à administração da Presidenta Dilma e seu “Programa de governo” recorrem logo a uma mentira. E a ordem continua essa: mentir para atacar, mentir para destruir, mentir para defender, mentir para convencer.
Dia desses, o Ministro da educação, exatamente o Ministério que deveria primar pelo conhecimento, pela informação correta e pelo respeito aos ouvintes, veio a público dizer que o Projeto de Lei do Senador José Serra (SP) que desobriga a Petrobrás de investir pelo menos 30% dos recursos na exploração de todos os blocos leiloados para a exploração do pré-sal, retira recursos da educação. Ministro, nada é retirado, nem posto, nos recursos da educação, com o Projeto muito oportuno do Senador.
Sinceramente, Ministro, se não entende do que fala, busque assessoria, informe-se. Não minta! Não engane! Vossa Excelência tem a responsabilidade de gerir um Ministério que forma cidadãos. Suas palavras em meio aos jovens são quase dogmáticas. Quando descobrirem, já mais maduros, que foram engambelados, odiarão o Ministro (ou ex) e, o que é ainda pior, verão que não podem confiar nunca na sua “verdade”.
O Governo Federal ocultando os desacertos da política econômica dos anos anteriores fez uma conversão para melhor, no ajuste fiscal. Entretanto, ele veio marcado pelas mentiras do oportunismo eleitoral, o que perdeu sua credibilidade, sendo interpretado como mais uma traição, depois do blefe do jogo eleitoral. A mentira, como dizia nossos antepassados, tem perna curta. Não dá para enganar a todos, o tempo todo. E a casa caiu.
Agora mesmo, em pleno imbróglio em que nos encontramos, com corrupção nunca vista, perda da governabilidade, péssimo desempenho econômico, juros elevados, desemprego beirando os dois dígitos e déficit fiscal que não tem ajuste que dê jeito, a Presidenta Dilma pede socorro aos governadores, da situação e da oposição. E em plena reunião, imputa os desatinos do País à crise externa. Cita com eloqüência o caso da China, cuja bolha da bolsa de valores acaba de estourar. Sinceramente, Presidenta, os Governadores, ou pelo menos a maioria deles, não são bobos. Sabem quem é quem nesta grave crise. Pior foi mentir. Se atenderam à sua convocação, o fizeram para ver e ouvir de perto seu mea culpa, que não veio. Pior, Vossa Excelência já adiantou que os estragos futuros virão da crise chinesa, não da gastança e da incompetência do seu primeiro mandato e do agravamento da situação pelas mentiras.
Falou que as manobras e a pauta-bomba do legislativo federal poderão ferir de morte as finanças os governos estaduais (com se as feridas já não estivessem expostas), mas nada pediu diretamente, deixando cifrada a ordem: salvem-nos, e salvem-se, conversando com suas bancadas!
De quebra, propôs o apoio dos Governadores à reforma do ICMS, acenando com o fundo de repatriação de recursos financeiros, muitos deles com origem em transferências fraudulentas de recursos como os da corrupção sistêmica da última década. Nada que conferisse segurança efetiva à recomposição das perdas dos governos estaduais. Ou será que o fluxo de repatriação será contínuo e crescente? Que Deus nos livre e guarde! A reunião acabou com uma proposta dos governadores de se criara um fundo constitucional para garantir a reposição das perdas com a reforma do ICMS. Foi um diálogo de surdos-mudos: Todos fingindo que nada de muito grave está acontecendo… . Começar um diálogo assim é complicar a crise!