As exportações de cacau da Costa do Marfim foram retomadas. As vendas externas da commodity estavam suspensas há cerca de quatro meses, por ordem do presidente Alassane Ouattara, numa tentativa de pressionar Laurent Gbagbo a deixar o poder – o que ele se recusava a fazer. As exportações de cacau respondem por quase um terço do PIB da Costa do Marfim.
A maior operadora de exportações entre Costa do Marfim e Europa, a CMA, afirmou que um de seus navios atracou no dia 21 de abril em Abidjã e partiu para um país no Mediterrâneo. A companhia não divulgou quanto cacau estava sendo transportado. Outro barco da CMA atracou no mesmo local nesta segunda-feira (25/04) e vai levar cacau para a Índia.”Com a situação voltando progressivamente ao normal na Costa do Marfim e a retirada das restrições impostas pela União Europeia, o CMA CGM Group e sua subsidiária Delmas retomaram os pedidos para seus serviços usuais na Costa do Marfim”, disse a companhia.
A empresa belga Safmarine informou que seu primeiro navio fretado também foi carregado no porto de Abidjã no dia 21 de abril e deve chegar à Holanda no dia 9 de maio. O diretor de vendas de commodities da companhia, Didier Willemse, disse que um barco está transportando 27 mil toneladas de cacau, com outra carga a granel. “As questões operacionais ainda estão um pouco delicadas, mas esperamos que a situação se estabilize em breve. No entanto, o porto de Abidjã está operando, embora em ritmo mais lento”, comentou.
O presidente do Terminal Internacional de Commodities em Camden, no Estado norte-americano de New Jersey, Jeff Wheeler, afirmou que uma carga de seis mil toneladas de amêndoa de cacau deve chegar em 26 de maio. O porto lida com cerca de 40% das entregas de cacau nos Estados Unidos.
A Costa do Marfim deve produzir 1,3 milhão de toneladas de amêndoa de cacau no atual ano-safra, apesar do conflito político recente, de acordo com o banco de investimentos Barclays Capital. Se confirmada, a produção faria com que o mercado global de cacau tivesse superávit de oferta pela segunda vez desde 2006.
Globo Rural Online com informações da Agência Estado