Agro 2025: expectativas são de preços firmes e produção sólida no Espírito Santo

Em 2024 o Estado registrou um crescimento de 69% em divisas nas exportações e 5.1% em volume

por Portal Campo Vivo
Imagem: Seag

O Espírito Santo registrou em 2024 um crescimento de 69% em divisas nas exportações no agronegócio e 5,1% em volume, caminhando na contramão do país que teve queda de 1,3% no valor e redução de 2,9% no volume.  Esse foi o maior desempenho na série histórica das exportações, gerando 3,6 bilhões de dólares. Após um ano de recordes, o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli, faz um panorama sobre o cenário e desafios para 2025.

“Apesar de termos registrado em 2024 queda na produção de conilon devido a fatores climáticos, os preços foram os maiores da história. Para 2025, esperamos que continue no mesmo ritmo, apesar de que tem muita coisa para acontecer. Em janeiro ocorreu muita chuva que ajudou bastante e, se fevereiro for um mês de clima bom, podemos ter uma safra próxima a de 2022, que foi um recorde histórico na produção. Para o arábica, foram em torno de 4 milhões de sacas e, para este ano, devido ao efeito da bienalidade, prevemos 3 milhões, mesmo sendo um ano de baixa”, comentou o secretário de Estado.

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Quanto ao mamão, o maior desafio apontado para 2025 continua sendo o enfrentamento de pragas e de viroses. “O Governo do Estado, junto à Brapex e ao Idaf (este último que é o órgão fiscalizador), vai intensificar a eliminação de plantas, conforme estabelece a lei. Também contaremos com as representações dos produtores, no sentido de estancar a proliferação dessas pragas. As exportações cresceram em 2024 e temos a convicção que vamos continuar, embora tenhamos que recuperar o cenário. Há 10, 15 anos tivemos áreas maiores das que temos hoje”, reforça Bergoli.

Outro produto capixaba que seguiu liderando as exportações brasileiras foi a pimenta-do-reino. O secretário destaca que no ano passado foi estabelecida uma forte integração com os produtores e suas representações, e criada a Brazilian Spice Association (BSA), instituição importante para a cadeia, pontuando que o horizonte é muito favorável para resolver um grande gargalo que é a doença causada pela bactéria Salmonella.

Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli. Foto: Seag

“Estamos com dois empreendimentos, um em Linhares e outro em São Mateus, investindo em máquinas esterilizadoras fundamentais para retomarmos mercados mais remuneradores como a Europa e os Estados Unidos”, relata o secretário.

Desafios na agricultura de precisão e logística

O secretário destaca que agricultura é uma indústria a céu aberto, por isso o Espírito Santo tem rumado para uma agricultura de mais de precisão, no quesito irrigação, nutrientes e fertilização, por exemplo. Relata que o Estado tem avançado com os bioinsumos e a agricultura regenerativa, recuperando os passivos, especialmente do solo, no sentido de ter essa base de produção dentro dos aspectos da sustentabilidade.

“Há uma busca pela sustentabilidade dos produtos como um todo, mas no agronegócio isso toma uma dimensão ainda maior. Ou seja, as práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) que foram adotadas primeiro na indústria, agora estão em toda a cadeia produtiva e chegaram aos sistemas de produção rural”, comentou.

Por isso, o Governo do Estado fez uma revisitação no planejamento de longo prazo para a agricultura, que é o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag), criando programas como o de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura, de Desenvolvimento Sustentável da Cadeia do Leite, o Programa de Crédito e o ‘Vida no Campo’, considerado o mais completo e robusto de apoio à agricultura familiar do Brasil.

Um grande gargalo se refere à logística. O Espírito Santo tem menos de 4 milhões de habitantes, portanto, o consumo não é tão elevado. Em 2024, o Estado enfrentou muitos problemas para exportar o café, havendo, à época, uma conjugação de fatores e um período de importação intensa, principalmente de veículos elétricos, híbridos e congestionou o sistema.

“As crises também vêm para criarmos novos caminhos. Outros portos do Estado que não faziam exportação de café passaram a operar e, possivelmente, já em 2026, teremos um porto privado de contêineres e cargas em Aracruz. O Espírito Santo está preparado para enfrentar esses desafios”, afirma o secretário da Agricultura.

2024, exportações em números

– Em divisas, gerou US$ 3,6 bilhões, registrando o crescimento de 69%. O país teve queda de 1,3%;

– Em volume, exportou 2,7 milhões de toneladas, crescendo 5,1%. No Brasil houve redução de 2,9% no volume;

– O conilon foi inserido pela primeira vez na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo;

– Em dezembro, o Governo do Estado anunciou a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 12% para 7% na comercialização de café conilon para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, equiparando-a a do arábica;

– O Espírito Santo seguiu liderando, em 2024, as exportações brasileiras de café conilon, mamão, gengibre e pimenta-do-reino;

– São mais de 40% das propriedades rurais do Espírito Santo produzindo conilon.

Redação Campo Vivo

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