
O Comitê de Enfrentamento das Consequências do Aumento das Tarifas de Importação (CETAX), do Governo do Estado, realiza uma série de reuniões individualizadas com setores do agronegócio capixaba impactados pela nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Os encontros realizados pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) têm os objetivos de ouvir demandas, alinhar estratégias e propor ações conjuntas para reduzir os efeitos da medida nas exportações do Espírito Santo.
Nessa quarta-feira (06), a Seag reuniu, em Piúma, representantes do setor pesqueiro, que exporta 98% da sua produção para o mercado norte-americano, ou seja, um total de US$ 5,2 milhões apenas no primeiro semestre de 2025. Participaram do encontro o Sindipesca, Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), prefeituras de Piúma, Itapemirim e Guarapari, além da Apedi, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), instituições financeiras e empresas do setor. Entre os temas discutidos, estiveram negociações diplomáticas, busca de novos mercados, linhas de crédito, incentivos tributários, adequação sanitária das embarcações e ações de extensão pesqueira.
Já nesta quinta-feira (07), o diálogo foi com representantes do setor de gengibre, durante encontro realizado em Santa Leopoldina. O Espírito Santo é o maior exportador nacional da especiaria, sendo responsável por 64% das divisas brasileiras decorrentes do mercado internacional. No primeiro semestre de 2025, 58% das exportações capixabas foram para os Estados Unidos, movimentando US$ 4,7 milhões, somente neste período. A nova tarifa imposta pelos Estados Unidos impacta diretamente esse mercado, exigindo ações emergenciais para apoiar os produtores, reduzir os prejuízos e manter a competitividade do setor.
Entre as medidas discutidas e encaminhadas estão: negociações diplomáticas para reversão ou redução da tarifa; diversificação e busca de novos mercados; criação de linhas de crédito com juros subsidiados, com prioridade no Plano de Crédito Rural 2025/2026; e possibilidade de prorrogação das parcelas de financiamentos já contratados, mediante análise caso a caso.
Também foram debatidas: a liberação de créditos acumulados de ICMS, especialmente em situações de queda no volume exportado ou nos preços internacionais abaixo dos custos de produção; oferta de crédito para capital de giro a exportadores, com condições mais vantajosas que as praticadas pelo mercado financeiro, caso a crise se agrave; utilização dos incentivos fiscais estaduais para atrair indústrias que utilizem o gengibre como matéria-prima; liberação de recursos para pesquisas relacionadas ao controle de pragas e ao manejo adequado das lavouras; além da ampliação da assistência técnica aos produtores, com atuação integrada de profissionais das redes pública e privada, visando à melhoria da eficiência produtiva.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, as ações são construídas em conjunto com os produtores, exportadores e entidades representativas dos setores produtivos impactados.
“Estamos atuando de forma estratégica, com escuta ativa dos setores mais afetados na construção de soluções integradas. O Espírito Santo tem posição de liderança em várias cadeias do agro e não vai abrir mão de defender seus arranjos produtivos e garantir acesso a mercados internacionais”, destacou o secretário Enio Bergoli.
O Governo do Estado vai continuar realizando reuniões com os setores produtivos atingidos pela medida. Em 2025, os Estados Unidos foram o principal destino das exportações capixabas do agro, com destaque para produtos como café, mamão, pimenta-do-reino, pescado, gengibre e ovos.
As medidas em estudo incluem apoio técnico e financeiro, incentivos fiscais e articulação com o Governo Federal para acelerar as negociações com os EUA. O objetivo é manter o ritmo de crescimento das exportações capixabas e preservar os empregos e a renda gerados pelas cadeias produtivas do Estado.
Comunicação Seag