Para falar sobre o assunto, o programa Nossa Terra entrevistou o responsável pela criação da tecnologia e pesquisador da Embrapa Rondônia, Enrique Alves, que falou aos ouvintes da Rádio Nacional da Amazônia sobre as vantagens que a Barcaça Seca Café deve trazer aos produtores do grão.
O pesquisador contou que tudo começou com as visitas aos campos, onde foi observado pela equipe que a pós-colheita ainda é o grande gargalo da produção de café, não só em Rondônia como em todo o território brasileiro. Segundo ele, o interessante do projeto foi poder aliar a necessidade de um sistema de secagem sustentável e de baixo custo com o fator que o estado tem em abundância, que é o sol e, por consequência, a temperatura.
Enrique Alves explicou que o primeiro protótipo da Barcaça Seca Café foi criado há cerca de três anos. Ou seja, a tecnologia foi testada em duas safras consecutivas e os resultados, de acordo com o pesquisador, têm sido promissores.
“Nas nossas áreas experimentais, a gente acabou utilizando muito menos os sistemas tradicionais de secagem, que é o terreiro de cimento, ou mesmo o secador mecânico a lenha. A gente está utilizando muito esse secador tipo barcaça, que nada mais é que a junção do tradicional terreiro de cimento com um outro tipo de secador, que também é muito tradicional na região norte e nordeste, que é a barcaça, ou cobertura móvel, que os produtores utilizam muito para o cacau”.
O pesquisador da Embrapa Rondônia ressaltou que o custo da Barcaça Seca Café vai variar de acordo com cada região e o material que o produtor vai utilizar para construir. Segundo ele, o preço pode variar entre R$ 20 a R$ 25 mil, em um terreiro de 300 metros quadrados. Por ano, em um terreiro de 16 hectares, o produtor gastaria um total de R$ 15 mil para fazer a secagem do café.