O III Congresso Brasileiro de Eucalipto, promovido pelo Cedagro (Centro de Desenvolvimento do Agronegócio) e pelo Crea-ES, teve início nesta quarta-feira (2), em Vitória, e segue até sexta-feira (4), com a presença de profissionais e especialistas do setor florestal.
O evento reúne em três dias discussões sobre o atual panorama do mercado de madeira no Brasil, legislação ambiental, eucalipto transgênico, inovações tecnológicas na produção florestal, entre outros temas. Uma visita técnica na Fibria, em Aracruz, também faz parte da programação.
Durante a abertura do congresso, o presidente do Crea-ES, Eng. Agrônomo Helder Carnielli, chamou atenção para a importância e necessidade dos participantes elaborarem uma carta de Vitória com sugestões focadas em políticas públicas que atinjam e beneficiem os donos de pequenas propriedades rurais.
“Precisamos aproveitar que há representantes da Seag (Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca) presentes no evento e elaborar essa carta. Para se ter ideia, não temos uma linha de crédito específica para plantarmos eucalipto e ela precisa ser criada com urgência. É muito importante que esse documento chegue ao governo e esse congresso é a oportunidade para isso”, afirmou Carnielli.
Em seguida, o subsecretário da Seag, Marcelo Suzart, informou aos participantes que a secretaria está produzindo o novo Plano Estratégico da Agricultura Capixaba e que ele será lançado com três eixos principais, inovação, empreendedorismo e sustentabilidade. “A silvicultura e a cultura do eucalipto estão inseridas neste documento, que terá um grande apelo voltado para o empreendedorismo. Só entrará na atividade quem tiver um planejamento bem feito”, revelou.
A primeira discussão do evento sobre a situação atual e perspectivas do mercado de madeira no Brasil foi ministrada pelo presidente da Innovatech Negócios Florestais/SP, João Comério. Segundo ele, é preciso diversificar.
“Temos que produzir recursos de riqueza no campo para produções verticalizadas e visão sistêmica do negócio florestal. Não adianta imaginarmos que somente um setor vai ser responsável por alavancar isso. O setor de celulose de papel já começou a perceber e rever suas estruturas de capital para alavancar as vendas de terras com outros investidores, em contratos de longo prazo. Precisamos de mais players na cadeia produtiva, e isso tem que acontecer em outros setores também, pois essa é a única saída para continuarmos crescendo e mantermos a nossa reputação de sucesso”, orientou Comério.
Mariana Guedes