
Na segunda-feira (17/02) o Sudeste/Centro Oeste bateu recorde na demanda média, alcançando 54.599 MWmed. Com a previsão de temperaturas até 7oC acima da média nos próximos dias, segundo a Climatempo, as distribuidoras de energia enfrentam um grande desafio
A onda de calor que atinge o Brasil se estende até o dia 24 de fevereiro, próxima segunda-feira. A tendência é que as temperaturas permaneçam elevadas em boa parte do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, com temperaturas entre 5ºC e 7ºC acima da média de fevereiro que já é elevada.
O calor intenso e prolongado traz um desafio para o planejamento das distribuidoras de energia, que veem a demanda crescer, podendo gerar sobrecarga e superaquecimento em equipamentos como transformadores, subestações e cabos elétricos, o que reduz a sua eficiência e pode causar interrupções Segundo alerta a Climatempo – a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina.
Um novo recorde na demanda média de carga no Sudeste/Centro-Oeste foi registrado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta segunda-feira (17/02), de 54.599 MWmed. Em menos de 30 dias, esta é a segunda vez que houve registro de recorde de demanda média, superando em 1,1% os 53.997 MWmed de 22 de janeiro.
Em nível nacional, o ONS registrou no último dia 12 de fevereiro, mais uma quebra de recorde na demanda de carga instantânea no Sistema Interligado Nacional (SIN), que alcançou a marca de 103.785 MW. Foi o terceiro recorde do ano, superando os patamares aferidos em 11/2 (103.335 MW) e 22/1 (102.810 MW).
“Para minimizar impactos, é essencial um acompanhamento contínuo da previsão climática, com destaque para previsões mensais, que auxiliam as distribuidoras no planejamento e na operação do sistema elétrico”, explica a meteorologista Marcely Sondermann, especialista da Climatempo para o setor elétrico.
Fenômeno tem se tornado mais frequente
Uma onda de calor ocorre quando as temperaturas ficam ao menos 5°C acima da média durante cinco dias consecutivos. Nos últimos anos, essas ondas têm sido cada vez mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas, e fenômenos naturais como o El Niño (aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico, que ocorreu entre 2023 e 2024), também favorecem a ocorrência de ondas de calor.
A meteorologista lembra que, atualmente, estamos sob a influência do La Niña, caracterizado pelo resfriamento do Pacífico equatorial. “No entanto, outros oceanos permanecem muito aquecidos, intensificando as ondas atmosféricas e favorecendo a formação de bloqueios atmosféricos – como o que estamos enfrentando agora em fevereiro. Esses bloqueios atmosféricos estão associados a massas de ar seco e quente, que favorecem a ocorrência de ondas de calor”, conta.
Apesar do calor intenso, a chuva ainda deve ocorrer nos próximos dias, mas de forma isolada. As pancadas serão mais esparsas e terão pouco efeito na redução do calor. Isso acontece porque a massa de ar quente inibe a formação de nuvens carregadas, favorecendo dias mais secos e quentes na maior parte das regiões impactadas.
De acordo com a Climatempo, faltando pouco mais de um mês para o fim do verão, a tendência é a que o período de chuva retorne amenizando o calor mais forte a partir do dia 24. Mas, ainda poderá ter alguns novos episódios de onda de calor até o fim do verão.
Por meio de ferramentas especializadas, como o SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo), os radares meteorológicos e a análise aprofundada das informações sobre o clima que é realizada pelos seus meteorologistas, a Climatempo tem ajudado empresas de diversos setores, além de órgãos público, no planejamento de ações e medidas de mitigação para os efeitos de eventos climáticos extremos.
Notícias Agrícolas