Volume de ovos necessários para adquirir o mesmo volume de milho de um ano atrás aumentou cerca de dois terços
Do ponto de vista meramente mercadológico, em abril o ovo apresentou um desempenho caracterizável como normal. Na média do mês, seu preço retrocedeu apenas meio por cento em relação ao mês anterior. Assim, a queda foi bem menos severa que a apontada, por exemplo, pela curva sazonal de preços do produto, superior a 6% na média dos últimos 20 anos.
É verdade que, em relação a abril de 2020 o incremento foi de apenas 8,69% quando, é sabido, os custos evoluíram muito acima de 50%. O que não se pode ignorar, entretanto, é que um ano atrás, no mês de abril, em decorrência do primeiro isolamento social recomendado pela pandemia de Covid-19, no Brasil e no mundo o ovo atingiu preços recordes. Ou seja: frente a um generalizado recuo na demanda de alimentos e à persistente ausência de um dos principais consumidores do produto (a merenda escolar), o resultado obtido pode ser considerado uma vitória.
O grande problema está, simplesmente, no custo. Assim, por exemplo, o volume de ovos necessários para adquirir o mesmo volume de milho de um ano atrás aumentou cerca de dois terços. Ou demonstrando, se em abril de 2020 o produtor adquiria uma saca de milho com pouco mais de 17 dúzias de ovos, neste ano, mesmo mês, precisou de, praticamente, 29 dúzias do produto.
Como, dificilmente, o custo de produção irá retroceder, o setor permanece na dependência da recomposição de preços. E há indícios de que isso possa ocorrer já em maio corrente. Por conta não apenas das comemorações do Dia das Mães ou da continuidade de pagamento do auxílio emergencial, mas, sobretudo, pela retomada, ainda paulatina, das atividades econômicas, aí inclusa, também, a reativação do food service e da merenda escolar.
Isso, entretanto, não elimina a necessidade de o setor produtivo atuar para evitar excessos de oferta. Em 2020, conforme dados da ABPA, o alojamento de pintainhas de postura aumentou perto de 5% e, nas condições aí presentes, é provável que o mercado disponível não evolua na mesma proporção.
Daí a imperiosidade de absoluta atenção ao plantel em produção. Aves mais velhas e/ou com baixa produtividade devem ser imediatamente descartadas. Pois, como tem sido citado, não faz o mínimo sentido gastar insumos caros com quem já não corresponde aos altos investimentos.
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