Leilão dos melhores cafés especiais do Brasil movimenta mais de R$ 1 milhão

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Foto: Divulgação

Celebrar, esta é a palavra que melhor define a edição de 20 anos do Cup of Excellence (CoE), realizada em 2019 no Brasil. Em uma safra impactada por adversidades climáticas e baixos preços ao longo dos últimos anos, o país manteve sua tradição e revelou cafés especiais que receberam notas elevadíssimas dos principais compradores mundiais e que foram arrematados por mais de R$ 1 milhão em leilão.

Realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE), o principal concurso de qualidade para café do mundo, o CoE – Brazil 2019, registrou seu novo recorde em reais para o preço médio do leilão dos vencedores. O valor de *R$ 6.617,92 (US$ 11,8 por libra-peso) por saca de 60 kg é o maior da história em moeda brasileira. O pregão teve seus lotes vencedores leiloados na terça-feira, 26 de novembro, e os 27 lotes foram arrematados por *R$ 1.101.799,67 (US$ 259.870,67).

O maior lance foi de *R$ 33.706,53 (US$ 60,1 por libra-peso) por saca, pago pela empresa japonesa Maruyama Coffee Co. à primeira parte do lote campeão, produzido por André Luis Águila Ribeiro, na Fazenda Pai e Filho, em Ibiraci (MG). A segunda parte desse lote foi arrematada por *R$ 28.490,71 (US$ 6.719,82) por saca, pela também japonesa Takamura Coffee Roasters. Na soma, o campeão do concurso foi arrematado por um total de R$ 186,6 mil.

“Não havia como ter uma expectativa maior sobre a produção de um lote. Avaliei com 100 pontos, é um supercampeão (…) Esse café, especificamente, foi algo tão multidimensional que, cada vez que nós o provávamos, ele revelava novos sabores, além de limpeza, doçura, raridade e complexidade. Na minha vida, pontuei apenas três cafés com 100 pontos e esse foi um deles”, comentou a respeito do vencedor, na cerimônia de premiação do CoE – Brazil 2019, o jurado internacional Silvio Leite.

O terceiro e o quarto maiores lances foram registrados para o café produzido por Leonardo Montesanto Tavares, na Fazenda Primavera, em Angelândia (MG). A primeira fração desse lote teve cada uma das sacas arrematada por *R$ 17.105,64 (US$ 4.034,54) pela empresa Saza Coffee, e a segunda a *R$ 14.077,10 (US$ 3.320,23) por saca pela empresa Times Club, ambas também do Japão. A apuração completa do leilão pode ser acessada clicando aqui.

Para a diretora da BSCA, Vanusia Nogueira, a qualidade dos grãos vencedores e o resultado do leilão evidenciam que, mesmo diante de dificuldades, os produtores brasileiros permanecem investindo nos cafés especiais. “Em um ano complicado como este, encontramos frutos bem complexos e com qualidade elevadíssima. É um orgulho observarmos que nossos cafeicultores entenderam que o nicho de especiais é um caminho importantíssimo para a produção sustentável e à agregação de valor. É através dessa gente que o café brasileiro acompanha as tendências mundiais do consumo e por causa delas que o Brasil é o principal fornecedor global de café em quantidade e qualidade”, destaca.

Ela comenta que, além de descobrir os melhores cafés especiais brasileiros, o CoE tem o papel de unir os produtores do país com todo o mundo do café. “Essa conexão dos principais compradores internacionais com nossos cafeicultores estimula o avanço deles, que otimizam seus sistemas de produção para entregar os melhores cafés. O bacana é que esse processo não diferencia ninguém, como o exemplo do nosso campeão André, que vem da agricultura familiar, trabalha com a família e a esposa em dois sítios, cuidam dos sítios, é corretor de café e também foi campeão brasileiro de Cup Tasters“, conclui.

COMPARATIVO
A título de comparação, os desempenhos alcançados no leilão dos vencedores do CoE -Brazil 2019 são substancialmente superiores aos preços praticados na Bolsa de Nova York, principal referência para comércio de café no mundo. O lance pago pelo campeão (US$ 60,1 por libra-peso), por exemplo, é 5.143% superior ao valor de US$ 1,1685 por libra-peso do vencimento março/20 do contrato “C” (fechamento de 26 de novembro), o mais negociado na plataforma nova-iorquina. Já o preço médio do leilão, que ficou em US$ 11,8 por libra-peso, é 1.010% maior que a referência da bolsa norte-americana.

* Dólar a R$ 4,2398, conforme fechamento de 26/11/2019.

Com informações de assessoria

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