Cerca de 25 mulheres trabalham na produção de café conilon de alta qualidade na Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul). São elas as responsáveis pelo “Póde Mulheres”.
A produção é realizada em Muqui, onde fica a sede da cooperativa, mas há mulheres produzindo em outras cidades, como Mimoso do Sul, Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Alegre e Anchieta. A atividade gera empregos que beneficiam indiretamente outras 75 pessoas.
O objetivo inicial da produção era era o de oferecer diversificação de renda com as mulheres residindo no local, evitando, dessa forma, o êxodo rural.
Uma aposta da cooperativa está na forma como o produto é apresentado. Com uma embalagem inovadora, é possível que o café seja coado a partir do próprio saché. A venda do café complementa a renda dessas mulheres e parte dos rendimentos também serve para cobrir os custos operacionais da própria cooperativa.
A quantidade de café produzida gira em torno de 300 a 400 sacas por ano. O produto é comercializado em forma de grão cru, mas também é transformado em pó solúvel.
A destinação do grão cru é o mercado nacional, mas parte da produção também é repassada a empresas brasileiras que transformam o grão em pó e o exportam para o mercado europeu.
Para o Secretário de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Paulo Foletto, o café produzido pela cooperativa merece destaque. “A cooperativa possui um café próprio, mas esse é diferenciado, pois é produzido com grãos especiais e emprega a mão-de-obra feminina. Só as cooperadas ou esposas de cooperados é que fazem esse produto”, explica.
De acordo com o vice-presidente da cooperativa, José Cláudio de Oliveira Carvalho, que esteve na Seag divulgando o trabalho das produtoras, a origem do nome “Póde Mulheres” possui três significados.
“Porque é do pó de café, porque são elas que produzem, e o ‘pode’ de empoderamento”, conta.
A Cafesul possui a certificação internacional Fair Trade (Comércio Justo), que trabalha baseado no tripé da sustentabilidade – que engloba as áreas econômica, social e ambiental).
“Por termos essa certificação e pela ausência de mulheres no quadro social da cooperativa e nas atividades, em 2012 começamos esse trabalho com as mulheres”, explica a idealizadora e coordenadora do Póde Mulheres, Natércia Bueno Vencioneck Rodrigues.
Seag