Em nota divulgada nesta terça-feira (29), a Federação de Agricultura do Espírito Santo disse que os prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros ao setor agropecuário capixaba já são incalculáveis. O movimento já dura nove dias e acontece em todo o país. Os caminhoneiros protestam contra a política de reajuste no preço do diesel.
Segundo a nota da Faes, cerca de 30 milhões de aves, 150 mil suínos, além da produção aquícola, estão sem alimentação por falta de abastecimento de rações. O movimento grevista causa ainda a falta de produtos em supermercados, como folhosas, legumes, frutas e verduras, acarretando na alta de preços dos alimentos.
Produtores de aves da região serrana do estado chegaram a doar milhares de frangos e ovos para a população, já que havia risco dos animais morrerem por falta de alimento e os ovos estragarem por ficarem muito tempo estocados. Outros produtores chegaram a vender aves na região metropolitana de Vitória por R$1,00.
Segundo o diretor da Associação de Avicultores do estado (Aves), Eustáquio Agrizzi, cerca de 100 mil pintinhos foram sacrificados em Venda Nova do Imigrante por falta de espaço para a rotação nas granjas e de comida.
“O produtor rural, já tão penalizado pelas dificuldades de mercado, endividamento rural, secas e chuvas excessivas, amarga agora prejuízos de seus investimentos e produções inteiras. Muitos municípios capixabas têm sua base econômica na agropecuária e irremediavelmente sofrerão com a perda de empregos e renda”, diz outro trecho da nota.
A Federação diz ainda que aoia as reinvindicações originais do movimento dos caminhoneiros por entendê-las necessárias ao debate de melhorias para todo Brasil, mas pede sensibilização e a responsabilidade para a liberação das cargas essenciais e perecíveis.
“O setor produtivo rural e a classe de caminhoneiros atuam juntos e são fundamentais para o desenvolvimento do país. Por isso, é essencial a cooperação e o diálogo para que os danos não sejam irreparáveis para toda a sociedade”, finaliza a nota.