A dose reduzida da vacinação contra a febre aftosa, que passou de 5ml’s para 2 ml’s, deverá ser aplicada na primeira etapa da campanha de vacinação apenas em 2019. É o que diz o novo comunicado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgado na última quarta-feira (31). O calendário de vacinação deste ano segue sem mudanças, em maio e em novembro, com a vacina de 5 ml’s. Somente a forma de aplicação do produto deverá ser, preferencialmente, aplicada abaixo do couro do animal, e não intramuscular. Essa mudança passa a veler já a partir da primeira fase de vacinação em maio deste ano, para maior eficiência do produto e para evitar perdas no abate.
Integrantes da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e da iniciativa privada avançaram nos entendimentos sobre mudanças na vacina. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, é preciso cautela, medidas técnicas e estudos científicos, pois o Brasil está em fase final de erradicação da aftosa e de reconhecimento de país livre da doença com vacinação, status que deverá ser obtido internacionalmente, no próximo mês de maio, junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “A ambição do Mapa é ousada e faremos tudo para atingir os objetivos, apesar do tamanho do território brasileiro e do grande número de animais”, afirmou o secretário.
O diretor de Departamento de Saúde Animal (DSA), Guilherme Marques, disse que o setor produtivo mostra maturidade e a convicção de que tudo deverá ser feito dentro de critérios técnicos. “Não se trata apenas de redução de uma dose da vacina, pois implica em mudança do processo de produção, exigindo, além dos testes laboratoriais, testes de eficácia no campo”, explica.
Marques informou que existe o pleito do setor privado de que animais com mais de 30 meses não sejam vacinados, o que depende de decisões técnicas e científicas. “O setor deve apresentar seus argumentos para a mudança”. E explicou que o pleito pode ser incluído ainda neste ano na revisão da Instrução Normativa 44, que fixa normas do programa da febre aftosa, para viabilizar mudança na vacina e para que estados revisem suas legislações.
A retirada completa da vacinação deverá acontecer a partir de 2023, processo que será finalizado em 2026, conforme prevê o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).