A Embrapa Agrobiologia está em busca parceiros para produzir microrganismos biorremediadores de agroquímicos. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária já investe há quatro décadas na conservação de bactérias, vírus, fungos, leveduras e outros. Agora a novidade é a utilização de desse material em solos onde há persistência de agrotóxicos.
“As linhagens biodegradadoras mais eficientes já foram identificadas, os experimentos deram bons resultados e, no momento, estamos em busca de parceiros para colocar essa tecnologia no mercado”, comenta a pesquisadora Maria Laura Mattos, da Embrapa Clima Temperado.
A especialista acredita que a tecnologia vai despertar o interesse do setor produtivo, uma vez que atende também ao mercado de alimentos orgânicos. Segundo dados do Conselho Nacional da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), o mercado brasileiro de orgânicos cresceu 20% em 2016, com faturamento estimado de R$ 3 bilhões. E a expectativa aponta para crescimento ainda maior em 2017 de, no mínimo, 10%.
Já na Embrapa Recursos Genéticos há estudos avançados para utilização de microrganismos no controle biológico de insetos-praga e mosquitos transmissores de doenças. A unidade detém um banco com mais de 2.600 estirpes de bactérias entomopoatogênicas.
Entre esses estão produtos à base de fungos, como por exemplo Beauveria bassiana, Nomuraea rileyi e Metarhizium anisopliae, e vírus. Há também fungos biocontroladores de doenças de plantas, entre os quais os pertencentes ao gênero Trichoderma: “Temos hoje na Unidade, em Brasília, DF, mais de 1.000 linhagens desses fungos”, complementa a pesquisador da Embrapa Sueli Mello.
“É preciso aproveitar esse cenário positivo para inserir as tecnologias da Embrapa no mercado brasileiro”, sustenta Maria Laura. De acordo com ela, os produtos biológicos representam uma oportunidade para a inovação e competitividade na agricultura brasileira e atendem às perspectivas ambientais e ao uso sustentável dos serviços ecológicos.
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