Apesar de ainda pequeno, consumo de café encapsulado é tendência irreversível

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capsulas de cafeA produção de café para encapsulamento é o principal nicho de mercado a ser ocupado pelos produtores de Minas nos próximos anos. O aumento do consumo do produto em cápsulas já é dado como uma tendência irreversível por entidades representativas do setor. No 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio, o presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, afirmou que, em 2015, o café em cápsulas rendeu aos produtores da cooperativa cerca de R$ 20 milhões, o que ainda é pouco, mas que o crescimento projetado é exponencial.

O aumento da procura está diretamente ligado à mudança de comportamento do consumidor em todo mundo. Pesquisas da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) apontam que os consumidores têm buscado qualidade e diversidade no café e, por isso, a praticidade das cápsulas tem ganhado mercado, principalmente para consumo caseiro.

Apesar de ainda representar apenas 0,6% do café consumido no país, a demanda por cápsulas deve se multiplicar nos próximos três anos e o valor desse nicho de mercado deve chegar a R$ 3 bilhões até 2019, segundo dados da Abic.

Uma das questões colocadas para o setor é a necessidade de importar tipos diferentes de café pouco produzidos no país para atender à variedade de blends (misturas) e sabores dos cafés em cápsulas.

“Pensar em cadeias produtivas maiores é uma tendência inexorável do mundo moderno e o Brasil ainda produz pouco café industrializado. Portanto é necessário abrir a cabeça para a importação de café”, afirmou o economista José Roberta Mendonça de Barros.

Abertura total

O presidente da Cooxupé é reticente quanto às importações. “Somos contra a importação se for uma abertura total e sem contrapartidas. Porém, não cabe a nós definir essa questão. Isso seria um acordo internacional e diz respeito ao Itamaraty”, argumentou Costa.

O cafeicultor mineiro Fabiano Amaro afirma que o crescimento do nicho de cafés em cápsulas não é uma escolha, mas uma realidade que só precisa de tempo para se consolidar no Brasil.

“Todo mundo que estiver no mercado da cafeicultura em 2030 estará envolvido com o mercado de cápsulas. As exigências continuarão sendo as mesmas em termos de segurança alimentar e produção sustentável. Ainda é necessária uma cadeia de máquinas para o consumo do café em cápsulas, mas o que estamos vivendo é só a ponta do iceberg”, opina.

Campo Vivo com informações de assessoria

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