O secretário de Agricultura, Tadeu Sá, faz um alerta preocupante sobre a escassez hídrica no Município: “Pinheiros não aguenta mais 30 dias sem chuva”. De acordo com ele, a situação piorou ainda mais nos últimos dias porque não choveu. No início do mês, Tadeu havia relatado a situação de penúria no meio rural com a estiagem prolongada, com o temor inclusive que em 2017 nem haja colheita de café, principal atividade agrícola de Pinheiros.
Segundo o secretário, a agricultura contabiliza prejuízo incalculável. Os assentamentos Nova Vitória e Onze de Agosto continuam recebendo água por meio de caminhão-pipa viabilizado pelo Governo do Estado. E a localidade de Nova Conquista, por enquanto, consegue água para dessedentação humana e animal.
“As outras comunidades ainda têm um pouco de água e conseguem se virar. Mas, em geral, a situação em Pinheiros não melhorou, só piorou, porque não choveu”. Tadeu afirmou que está trabalhando junto à Coordenadoria da Defesa Civil Municipal para tentar encontrar soluções para minimizar os impactos da crise hídrica. Ele frisou que, nas andanças pela zona rural, percebeu que existem muitos agricultores que não conseguem pagar as dívidas.
“Tenho conversado com o pessoal da colheita do café. Eles estão muito preocupados com o ano que vem, que é perigoso nem ter colheita. A situação no nosso Município em 2017 não vai ser fácil não. A colheita está comprometida para o próximo ano” – reafirmou.
Tadeu avaliou que, caso a colheita do próximo não se concretize, será terrível para a economia pinheirense. “A base da nossa economia é a agricultura. Como a safra deste ano já foi baixa, a tendência é que a do ano que vem seja menor ainda. Então, cada ano que passa, vai se complicando. Vai chegar uma hora que vamos precisar de ajuda do Governo do Estado, do Governo Federal. Está difícil”. Segundo o secretário, mesmo com o quadro de prejuízos na zona rural, o Município ainda não registrou êxodo rural e nem mortes de animais por falta de água.
CESAN
Em nota enviada ontem à TC, a Cesan confirma que “a vazão do Rio Itaúnas está abaixo do normal, pois era de 42 litros por segundo e hoje se trabalha com vazão de 28 litros/segundo”. De acordo com a Cesan, por esse motivo, nos pontos mais altos da Cidade, “a água demora a chegar às residências, como as situadas nos bairros Planalto, Vila Verde e Nova Canaã”. A Cesan afirma ainda que não há desabastecimento e que “está trabalhando com todas as alternativas necessárias, incluindo o rodízio, para que ninguém fique sem água”.
Tribuna do Cricaré