Plantio de seringueira cresce e estimula economia no ES

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O cultivo de seringueiras tem se mostrado uma alternativa econômica viável para os produtores rurais. Além de rentável e ambientalmente sustentável, a atividade da extração da borracha natural possui um mercado de consumo promissor. Atualmente, a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em conjunto com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), tem atuado para incentivar a expansão dessa cultura nos diversos municípios capixabas, por meio do Programa de Expansão da Heveicultura Capixaba (Probores).


O Probores visa aumentar o número atual de 15 mil hectares de seringueiras plantadas para 75 mil hectares em 2025, meta estabelecida no Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag). Essa medida irá gerar mais de 20 mil empregos diretos no Espírito Santo. De acordo com o pesquisador do Incaper, César Teixeira Pereira, a seringueira é uma atividade agrícola que combina geração de renda para o produtor rural com preservação ambiental.


“O plantio de seringueiras proporciona renda ao produtor o ano inteiro, pois é uma cultura perene e de alta produtividade de látex. É interessante para o pequeno produtor porque não demanda muita mão de obra. Além disso, há garantia de venda do produto, pois é um mercado em expansão”, explica César. Ao final do ciclo de vida da árvore, ela também pode ser usada como madeira nobre para a produção de móveis.


O pesquisador explica também que os benefícios ambientais são grandes. “A cobertura vegetal proporcionada pela seringueira protege o solo, evita a erosão e preserva as nascentes de água. É uma das árvores que mais sequestra CO2, sendo meia tonelada por planta quando ela está com 15 anos”, disse César. Ele lembra que a borracha natural extraída das seringueiras possui maior refinamento para confecção de produtos que a borracha sintética, feita a partir do petróleo, recurso natural finito no meio ambiente.


Para expandir essa cultura nos municípios capixabas, em 2009 o Incaper realizou a distribuição de 375 mil mudas de seringueiras a produtores rurais. No ano seguinte, foram distribuídas 300 mil mudas e, em 2011, 250 mil mudas. De acordo com o extensionista do Escritório Local de Desenvolvimento Rural (ELDR) de Vila Velha, Itamar Alvino de Souza, a procura pelas mudas tem ampliado consideravelmente.


“Para 2012 e 2013, temos a previsão de distribuir 250 mil mudas, mas já recebemos a demanda de 288 mil pelos produtores. O motivo desse aumento se deve ao fato de a borracha ser um produto agrícola bastante valorizado. Estudos demonstram que não deve haver problema de mercado para esse item pelos próximos 15 anos”, explicou Itamar.


Bom negócio


Para o produtor rural Abimael Correa do Nascimento Filho, que mora no Córrego Rancho Alto, município de São Gabriel da Palha, investir em seringueiras é vantajoso, pois gera dinheiro todo mês. “Em cinco hectares, podemos plantar 2.300 pés e extrair mil quilos de borracha por mês, gerando uma renda média mensal de R$ 2.500. Vemos que a oscilação de preço não é tão grande”, explica Abimael. Ele disse que iniciou o plantio de seringueiras em sua propriedade há 20 anos.


A comercialização do produto é garantida e as empresas multinacionais constituem a maior parte dos compradores. Porém, já há iniciativas de produtores na criação de cooperativas para a compra do produto, como por exemplo, a Cooperativa dos Produtores de Seringueira de São Gabriel da Palha (Cooptex), criada em janeiro deste ano. “Criamos a cooperativa para evitar o problema do atravessador. Agora podemos fazer a entrega do produto direto ao consumidor, a um preço melhor”, falou Abimael.


No município de São Gabriel da Palha, o plantio da seringueira tem sido feito com a cultura do café, o que tem trazido bons resultados. “O consórcio proporciona maior aproveitamento de área e maior rentabilidade, pois agrega duas culturas de valor econômico no mesmo espaço”, explica o chefe do ELDR do município, Carlos Lobo. Ele orienta que, quando as duas culturas forem plantadas na mesma época, o produtor pode procurar o escritório do Incaper para saber o espaçamento adequado para o plantio. Atualmente, o município conta com 300 produtores familiares que possuem plantio de seringueiras em sua propriedade.


A produção de seringueiras também tem se expandido pelo município de Guarapari. De acordo com o produtor rural da comunidade Baía Nova, Angelo Marchese, essa tem sido uma opção viável para quem possui pouca mão de obra na propriedade. “Iniciei o plantio há quatro anos a partir das mudas do Probores. Hoje tenho 2.500 plantadas. Fiz essa opção porque o custo da produção é baixo e trabalho sozinho na roça. Também dá um bom amparo como floresta”, explica Angelo.


 


Luciana Silvestre


 


 


COMENTÁRIOS



Abel Scabello – seg 27/08/2012 09:55


Bom Dia. Boa Matéria. Parabéns. Pergunto. Pode a floresta de seringueira ser alugada para o efeito de carbono que as empresas e industrias que expelem este gas não tem e não conseguem plantar as florestas? abraços



 


 


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