Agricultura (Forte ES) e o dia a dia das pessoas, por Enio Bergoli

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eniooooQuase tudo que se consome na alimentação vem da agricultura, sejam produtos de origem animal ou vegetal, ao natural ou processados. São frutos, sucos, carnes e embutidos, café, leite e lácteos, hortaliças, conservas e muitas bebidas. O setor alimenta mais de 7 bilhões de pessoas no mundo. Mas, a agricultura não está somente relacionada com o que se leva à mesa para refeições.

No dia a dia das pessoas, participa ainda na produção de madeira para móveis e construções, fibras para os vestuários, além de gerar novas fontes de energias renováveis, em contraponto às fontes fósseis, que esgotam os recursos naturais.

Aqui no Espírito Santo, a agricultura e negócios associados também cumprem relevante função socioeconômica. Apesar da reduzida extensão territorial, com apenas 0,5% de toda dimensão do país, temos uma diversidade de ambientes que é caracterizada por uma riqueza natural pouco vista nos demais Estados brasileiros. Podemos transitar do mar às montanhas em menos de 50 km. Contamos ainda com um litoral de 415 km, aspecto importante para o desenvolvimento de atividades aquícolas e pesqueiras.

Quando se soma as agregações em todos os elos das cadeias produtivas que têm como base a agropecuária, o setor passa a se denominar agronegócio. Sob essa ótica, revela-se como o segmento mais importante para 61 dos 78 municípios capixabas, em termos de geração de emprego e renda. Responde por até 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e emprega um a cada três ou quatro trabalhadores capixabas.

O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil e o segundo de cafés como um todo. É o maior exportador e segundo produtor de mamão. Também é o segundo de pimenta-do-reino e coco verde, além de quarto na produção de seringueira, cacau, abacate e maracujá, sem esquecer a boa oferta de produtos orgânicos e agroecológicos.

Na produção animal, além da marca de mais de 1,3 milhão de litros de leite por dia, em média, destaca-se como terceiro maior produtor de ovos de codorna e quinto de galinha. Avicultura de corte, bovinocultura de corte e suinocultura também são atividades expressivas nas terras capixabas.

Nas exportações do agronegócio capixaba, os destaques são celulose, café, pimenta do reino, chocolates, carne bovina e de frango, mamão papaya, gengibre, macadâmia, pimenta rosa, dentre outros. Por ano, as divisas atingem cerca de dois bilhões de dólares, e nossos produtos tem como destino mais de 100 países. Fato que traduz o empenho e o árduo trabalho dos agricultores para cumprir os exigentes padrões nacionais e internacionais quanto à qualidade das matérias-primas.

Diante dessa pujança do segmento, foi criado o movimento “Agricultura Forte ES”, que congrega representações de todos os elos dos diversos arranjos produtivos agropecuários do Espírito Santo. Agricultores, empresários rurais, profissionais do ramo das ciências agrárias, políticos e outros atores se uniram com o propósito de valorizar e encaminhar soluções para os principais entraves do setor.

O Movimento surge no momento de uma das mais graves crises hídricas da nossa história, e por isso as prioridades iniciais são a ampliação da reservação de água para garantir a produção de alimentos e a resolução de problemas inerentes ao crédito rural, como as dívidas e a dificuldade de acesso aos mecanismos de proteção e seguro da produção agrícola.

Mas, o movimento veio para ficar e se perenizar, pois não se trata apenas de reação a uma crise. Não há dúvidas de que fortalecimento da agricultura, e do agronegócio como um todo, é uma das principais estratégias para que conquistemos o tão sonhado desenvolvimento regionalmente equilibrado, com oportunidades para todas as regiões e para todos os capixabas. Pelas relações não mais distantes entre o rural e o urbano, certamente teremos dias mais felizes no campo e também nas cidades!

Enio Bergoli

Engenheiro Agrônomo do Incaper, Coordenador de Política Agrícola da Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros Agrônomos e ex-Secretário Estadual da Agricultura

Artigo publicado na Revista Campo Vivo – Edição 29 – Mar/Abr/Mai 2016

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