Bactérias podem ser solução para o cacau

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Colômbia sofre com Cádimo

Segundo a Federação Nacional dos Cacauicultores da Colômbia, em 2021 houve uma produção de mais de 69.000 toneladas de cacau no país, o que é um recorde histórico e um aumento de 8,9% em relação a 2020. Além disso, as exportações alcançaram crescimento de 4,9%, o que mostra que o cacau colombiano continua se consolidando como um dos melhores do mundo.

Em 2017, a União Europeia estabeleceu normas para impedir a importação de produtos derivados do cacau, como chocolate com alto teor de cádmio. Para esta entidade, a concentração deve estar entre 0,10 e 0,80 miligramas por quilo de cacau, valor que na Colômbia é superado em algumas regiões e que não possui uma regulamentação clara.

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Considerando a necessidade de estudar a fundo o que acontece com as bactérias dos solos cacaueiros e sua resistência ao cádmio , Wendy Lorena Ríos Guzmán, mestre em Microbiologia pela Universidade Nacional da Colômbia (UNAL), avaliou 36 amostras de solo pertencentes à três fazendas no município de Yacopí (Cundinamarca), cujas concentrações chegaram a 15 miligramas de cádmio por quilo de solo, um valor muito superior ao recomendado.

Duas parcelas foram selecionadas em cada fazenda, uma cultivada com o mesmo genótipo de cacau e a outra sem lavouras de cacau. Na primeira, foram escolhidos três pontos de amostragem por fazenda, e em cada um foram escolhidas três árvores e coletadas amostras de solo rizosférico –que se encontra aderido às raízes superficiais da planta–, e em duas profundidades: de 0 a 30 cm , e de 31 a 100 cm; 24 amostras foram de solos onde havia cultivo de cacau e 12 onde não havia.

Para identificar taxonomicamente as comunidades bacterianas, foi extraído o DNA presente nas amostras de solo; em seguida, foram utilizadas duas técnicas de biologia molecular: reação em cadeia da polimerase (PCR) e sequenciamento para identificar as bactérias e, por fim, foi realizada uma análise de bioinformática, tudo isso para determinar quais bactérias estavam presentes nos solos.

“Parece que a presença de altas concentrações de cádmio nesses solos se deve a processos naturais e geológicos, nos quais as rochas que fazem parte da estrutura do solo liberam concentrações variáveis desse metal, dependendo do tipo de rochas que dão origem ao para o solo ”, diz a pesquisadora, que integra o grupo de Agrobiodiversidade e Biotecnologia, liderado pela professora Esperanza Torres Rojas.

Agrolink

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