Campanha de valorização das mulheres do campo é lançada no ES

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mulheres rurais alesUma campanha para dignificar o trabalho das mulheres rurais. Foi assim que o delegado da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), Aureliano Nogueira da Costa, definiu a campanha internacional “#MulheresRurais, mulheres com direitos”, lançada no Espírito Santo nesta terça-feira (9). O lançamento foi feito durante a reunião da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa e contou com a presença da embaixadora da campanha na Região Sudeste, Selene Hammer Tesch.

Agricultora capixaba, moradora de Santa Maria de Jetibá, Tesch foi escolhida para representar os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro nas atividades de empoderamento das mulheres rurais, que envolvem ações nas mídias sociais e também a promoção do direito à cidadania, através da emissão de documentos essenciais para que essas mulheres tenham acesso à aposentadoria e às políticas públicas destinadas ao campo.

Ela se disse honrada em ser convidada para ser representante de todas as mulheres da Região Sudeste. “Mulheres que dão o sangue todos os dias para promover uma vida mais justa”, discursou Selene Tesch.

Várias lideranças políticas e comunitárias, inclusive as mulheres indígenas, vieram à Casa para prestigiar a campanha. A vereadora do município de Sooretama, Jaqueline Gomes (SD), foi uma das participantes: “Políticas como essa são muito importantes, principalmente para nós do interior. O empoderamento da mulher não é questão de vaidade, é questão de necessidade e reconhecimento”, pontuou.

Direito à educação

Um dos assuntos abordados durante o encontro foi o acesso à educação no campo. Selene Tesch comentou sobre a importância das Escolas Família Agrícola para o fortalecimento das mulheres rurais. “As ‘escolas família’ têm fundamental importância na sociedade rural. Essa é a verdadeira escola viva”, defendeu a embaixadora.

Maria do Carmo Paoliello, representante do Comitê de Educação do Campo do Espírito Santo, enfatizou a importância das escolas rurais: “Os dados da Educação, nos últimos anos, são positivos, mas se compararmos com a evolução que houve nas cidades, a evolução no campo foi menor. O campo não tem tido um tratamento de igualdade”, apontou.

“As escolas pequenas têm sido fechadas e as crianças transferidas para outras comunidades. Nossa embaixadora falou bem da importância da ‘escola família’, na formação do homem e da mulher do campo. Além disso, há o fechamento de turmas de educação de jovens e adultos. Mulheres que não tiveram como estudar na infância e que agora está sendo negado a elas esse direito constitucional”, destacou.

A campanha

A campanha “#MulheresRurais, mulheres com direitos” da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) é voltada para a América Latina e Caribe. O objetivo da iniciativa, que vai até novembro, é promover um intercâmbio de experiências entre os países envolvidos e dar maior espaço para o protagonismo feminino. Diversas ações estão previstas, entre elas, mutirões para emissão de documentos civis e trabalhistas.

O conteúdo institucional da campanha será divulgado em quatro línguas (português, espanhol, francês e inglês) para chegar a diferentes partes do mundo. Além de compartilhar experiências e informações sobre as políticas públicas para as mulheres, a campanha conta com a participação da sociedade civil, abrindo espaço para histórias das “guerreiras do campo”. No Brasil, a campanha é coordenada pela Sead.

Web Ales

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