Terrenos agrícolas no Espírito Santo estão entre os mais caros do Brasil

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Uma pesquisa desenvolvida pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), apontou que as terras agrícolas do Espírito Santo ocupam a 4ª colocação do ranking das mais caras do país. O valor médio de terra nua no estado é de R$ 19.819,00/ha. O último estudo sobre os valores dos imóveis rurais capixabas foi feito em 2007, também pelo Cedagro. Os dados mostram que em 10 anos, o preço médio da terra aumentou 273%, superando a inflação acumulada do período, que foi de 81,71%.

A valorização das terras capixabas interessa diversos setores da sociedade que estão envolvidos no assunto, como os órgãos que lidam com atividades imobiliárias, empresários e produtores rurais e também os agentes financeiros. Com os terrenos valendo mais, os processos de concessão de créditos se tornam mais ágeis, além de reduzir os riscos bancários, já que na maioria das vezes os imóveis são dados como garantia do empréstimo concedido.

De acordo com os Engenheiros Agrônomos, Gilmar Dadalto, que é Coordenador do Cedagro, e Helder Carnielli, Coordenador Técnico do Estudo, “a vantagem da valorização das terras nuas agrícolas seria sob o aspecto do custo de oportunidade do negócio agrícola. A valorização traz um viés mais competitivo da possível renda a ser obtida com uma atividade agrícola, comparada com outras atividades proporcionadas pelo valor monetário da terra”.

Na região metropolitana estão os terrenos mais caros do estado. O valor do hectare pode chegar a R$ 36.681,00, diferente da região Sul Caparaó, onde os valores giram em torno de R$ 11.864,00/ha. Ou seja, uma diferença de 68% entre os valores das terras mais caras e as mais baratas.

“Uma possível explicação para os valores de terra nua nas regiões de menores preços, é justamente a distância para a região metropolitana, além da baixa condição socioeconômica, relevo e/ou clima menos favoráveis e o nível tecnológico adotado pelos produtores, que é considerado baixo. Na região Metropolitana e próximo dela, uma presumível explicação é pela sua localização, maior atividade econômica de seus municípios, além de maiores opções de uso da terra”, explica Gilmar e Helder.

A valorização das terras capixabas acompanhou a valorização de alguns estados, como São Paulo, Paraná e Santa Catarina. No estudo não foi feito uma análise econômica sobre as causas da valorização, mas os autores do estudo disseram que ela pode ser influenciada pela valorização dos produtos agrícolas e pela demanda por terras, seja para investimentos agrícolas ou não agrícolas.

 

 

 

 

 

 

 

Reportagem publicada na edição 35 da Revista Campo Vivo

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