Consumo crescente de tilápia incentiva produtores do ES a investir na produção inovadora e sustentável da proteína

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O peixe foi uma das únicas fontes que não sofreu quedas consideráveis de preço nos últimos tempos

Foto: Arquivo pessoal

A tilápia está entre as fontes de proteínas mais consumidas no Brasil. Sua produção em 2022 cresceu 15,73%, colocando o Espírito Santo como o 11º maior produtor nacional, conforme dados da Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (GDN/SEAG), do Governo do Estado. Essa crescente no mercado incentivou piscicultores como o Antonio Roberte Bourguignon a migrar sua criação em tanques redes para o sistema de tanques escavados automatizados, e o mais importante, caminhando junto às práticas sustentáveis.

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Há 17 anos no mercado, Bourguignon criou o primeiro complexo capixaba de produção de peixes ambientalmente sustentável, instalado em Córrego Varjão, divisa entre os municípios de Rio Bananal e Linhares. Sua produção média, hoje, é de 70 toneladas por mês.

Antonio Roberte | Foto: Arquivo pessoal

Neste período de quaresma o mercado fica ainda mais aquecido. “Há uma demanda muito grande por procura pelo pescado. Nesse momento conseguimos esgotar ou esvaziar a produção, além de alcançarmos um preço melhor que os praticados nos meses de comércio normal”, comentou.

O mercado, aponta o piscicultor, tem sido crescente e se for analisar as fontes de proteínas existentes, o peixe foi o único que não sofreu quedas consideráveis de preço. “Estamos numa linha crescente e contínua com necessidade de aumentar o volume da produção de pescado no Brasil. Cada vez mais diminuindo o extrativismo, precisamos suprir essa demanda na produção intensiva, que é o que estamos fazendo”, frisou.

Mesmo com todo esse investimento e abertura de mercado para a comercialização do pescado, Bourguignon conta que já teve sérios problemas quando sua produção era no sistema de corpos hídricos.

“Produzíamos em gaiolas. Tivemos um problema com inversão térmica e paramos. Após três anos, mesmo com grandes prejuízos, migramos para tanques escavados. Elaboramos um projeto conduzido por um especialista do Paraná, que analisou a viabilidade técnica e econômica, e traçou todo o projeto de engenharia, e seguimos. O investimento hoje nesse modelo custa em média R$ 80 o metro quadrado, até quando iniciamos a retirada do primeiro peixe dos tanques para venda”, detalhou.

Foto: Arquivo pessoal

O piscicultor explica que o projeto nasceu com a finalidade de ser exemplo no quesito sustentabilidade. A água utilizada, por exemplo, não retorna para os corpos hídricos, como acontece na maioria dos modelos.

“Em Linhares, já temos exemplos de produtores criando sistemas para retornar a água dos tanques para irrigação de plantios de coco, maracujá, feijão, café e cacau, tornando assim o projeto 100% sustentável”, ressaltou.

Importação suspensa do Vietnã

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou recentemente o despacho decisório que determina a suspensão imediata das importações de tilápia do Vietnã, para que possa ser revisto o protocolo sanitário vigente, quanto aos riscos associados à introdução do vírus TiLV.

“Essa importação que houve, considero desnecessária. Estão trazendo um produto sem qualidade, com alterações na proteína, bastante água e risco de doenças. Acredito que a demanda de oferta e procura é que faz o equilíbrio”, ponderou.

Redação Campo Vivo

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