La Niña tem 53% de chances de retorno no final do ano

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Até pelo menos o primeiro trimestre de 2022, as condições para a ativação do El-Niño são baixas

Com as atualizações das projeções climáticas para os próximos meses, há um panorama geral da tendência do comportamento do fenômeno El-Nño Oscilação Sul (ENOS), que impacta diretamente o clima no Brasil e consequentemente o regime das chuvas. E como uma projeção geral, nós estamos na condição de Neutralidade do fenômeno, sem chances para a ativação de um El-Niño e com a possibilidade do retorno de uma La-Niña ao final deste ano.

De acordo com Centro de Meteorologia Australiano (Bureau of Meteorology), “o ENOS permanece neutro, com todos os indicadores oceânicos e atmosféricos dentro da faixa neutra. As perspectivas dos modelos climáticos mostram que esse estado de neutralidade do ENOS provavelmente continuará até pelo menos a primavera”. E completa, “as temperaturas da superfície do mar estão próximas da média na maior parte do Oceano Pacífico equatorial, embora anomalias frias permaneçam em algumas pequenas áreas dos trópicos no leste da Bacia, estendendo-se ao longo da costa da América do Sul.”

Esta análise entra em concordância com a previsão de consenso do Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e Sociedade (IRI/Columbia) indicando que a grande maioria das previsões dos modelos preveem que as temperaturas da superfície do mar permaneçam dentro da normalidade durante o inverno. Mostrando que a fase de neutralidade do ENOS persiste pelo menos até julho-agosto-setembro, com maior incerteza no final do ano. Porém sem aviso para La-Niña, até o momento.

Vale destacar, que nesta projeção, até pelo menos o primeiro trimestre de 2022 as condições para a ativação de um El-Niño são muito baixas. Porém, devido à distância do evento e com a atualização das condições climáticas, esta projeção poderá mudar. Assim como a projeção da Neutralidade e La-Niña, visto que os indicativos mostram probabilidades muito próximas da ocorrência dos dois eventos para o final deste ano, desta forma o retorno de uma provável La-Niña não está descartado.

Como ficam as chuvas para o trimestre  Jun/Jul/Ago

De acordo com a projeção do modelo norte americano CFSv2, os indicativos para o trimestre de inverno apontam para chuvas abaixo da normalidade em grande parte da região centro-sul do Brasil. Abrangendo os estados de MS, sul de MG, SP, PR, SC e RS. E especialmente no oeste de SC e noroeste do RS, a tendência será de chuvas ainda mais escassas. Além disso, ao norte do MS, sul de MG e norte de SP, o cenário é preocupante, pois os acumulados de chuva nessas regiões nesta época do ano são baixos e as chuvas do verão e outono não atingiram os volumes climatológicos esperados. Outra região com indicativos de chuva abaixo da média é no litoral leste do nordeste. No entanto, os volumes médios para esta época do ano são elevados. Já em grande parte da parcela central do país, as chuvas ficarão dentro daquilo que é esperado. No entanto, climatologicamente, os volumes são muito baixos tendo regiões como no oeste da BA onde os acumulados ficam comumente abaixo dos 5 mm nesta época do ano. Em relação às chuvas acima da expectativa, apenas no extremo norte do Brasil.

Agrolink

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