Fenômeno climático La Niña está de volta, segundo NOAA

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Segundo a NOAA, este evento de La Niña deve durar até o início do outono de 2022 no Hemisfério Sul

O fenômeno climático La Niña está de volta, anunciou Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) em comunicado oficial. De acordo com a agência MetSul, o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial influenciará o clima do verão no Brasil pelo segundo ano seguido.

“O comunicado já era esperado pela MetSul após o organismo ter informado no começo desta semana que a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central ficou em -0,5ºC no trimestre de julho a setembro, logo preenchendo o critério para a declaração do fenômeno”, afirma a meteorologista Estael Sias.

Segundo a NOAA, este evento de La Niña deve durar até o início do outono de 2022 no Hemisfério Sul: “Nossos cientistas têm monitorado o desenvolvimento potencial de um La Niña desde o inverno (meridional), e isso foi um fator na previsão da temporada de furacões acima do normal”, disse Mike Halpert, vice-diretor do Centro de Previsão do Clima da agência climática dos Estados Unidos.

A estimativa da MetSul é que este episódio de La Niña possa “atingir intensidade moderada”. De acordo com o NOAA, os modelos climáticos, em geral, sinalizam para um evento fraco a moderado em 2021/2022 e alguns poucos apontam a possibilidade que o novo evento de La Niña alcance forte intensidade.

Estael Sias ressalta que La Niña “nem sempre é certeza de estiagem no Sul do Brasil nem tampouco de chuva acima da média mais ao Norte e o Nordeste do Brasil. O que o fenômeno faz sim é aumentar a probabilidade de ocorrência destes cenários nas diferentes regiões do país. Por isso, se instalando um evento na primavera, aumenta muito o risco de estiagem no Sul do país no próximo verão”.

“Confirmando-se agora um segundo verão seguido com La Niña, de acordo com a análise da MetSul, o maior risco por deficiência hídrica na próxima safra se dará no Sul do Brasil e na Argentina e desde já antecipamos um altíssimo risco de perda de produtividade e quebras, especialmente na Argentina”, aponta a autora da MetSul.

No Sul do Brasil, destaca a meteorologista, inicialmente a “cultura de milho é que pode ser a mais atingida e, assim como ocorreu no final de 2020, ter perdas e quebras até significativas em diversas áreas. A soja plantada cedo no Centro-Oeste do Brasil em princípio, não deve sofrer uma repetição do cenário verificado no ano passado, uma vez que neste ano não apenas a chuva chegou na hora assim como a primavera deve ser mais chuvosa na região que no ano passado em muitas áreas”.

Agrolink

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