Especialista alerta para risco de forte geada nas regiões cafeeiras de MG, SP, ES e BA em julho

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Para os próximos 15 anos, ele observa uma menor frequência de El Niños fortes, com chuvas mais localizadas e tempestades isoladas

Com o intuito de avaliar o cenário climático atual nas regiões do Sul de Minas, Mogiana Paulista, Cerrado Mineiro, Espírito Santo e Bahia, o Conselho Nacional do Café (CNC) convidou o professor Luiz Carlos Baldicero Molion para uma palestra virtual.

O convidado trouxe detalhes quanto às perspectivas de clima, tanto para a safra 2022/2023 do grão, quanto para os próximos anos, que é de tendência de resfriamento e não de aquecimento global.

Ele adiantou que, para essas regiões, em 2022, não vê grandes problemas com relação a falta de chuvas, mas chama a atenção para a entrada de pelo menos três massas de ar polar de maior risco: final de maio (de 25 a 30), início de junho (de 4 a 9), sendo a mais severa delas no final de julho (de 23 a 28).

Luiz Carlos alertou ainda para o risco de lavouras plantadas em terrenos baixos, em que o produtor deve se atentar ao zoneamento de riscos climáticos para o café. “Em caso de geada mais crítica, não existe método ou alternativa que possa salvar a lavoura. A maneira mais sensata é o produtor pegar o resultado de geadas anteriores e evitar o plantio nessas áreas da propriedade em que são bolsões de geadas. Olhar a face da terra onde planta o café”, pontuou.

O professor destacou que a previsão de clima é uma missão impossível. “Eu já desisti de modelos porque se não têm condições de reproduzir o clima atual, imagina previsão. Eu costumo usar previsão por previsibilidade ou, no caso, por similaridade. A gente olha como estão os oceanos, Pacífico e Atlântico, os dois juntos correspondem 52% da superfície da terra, vê como foi o inverno nos EUA, na Europa e, com isso, cria um cenário e identifica um ano que foi semelhante a isso. No caso, similar a 2007”, explicou.

Seguindo esse padrão, Luiz Carlos acredita que 2022 terá chuvas dentro da média, com acumulado de 1.500 mm na região. “A preocupação maior é de outubro a dezembro, com uma redução de 25 a 30%”, destaca.

Para os próximos 15 anos, ele observa uma menor frequência de El Niños fortes, com chuvas mais localizadas e tempestades isoladas.

CNC

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