Safra de café 2024: Produtores capixabas investem na mecanização das lavouras para driblar escassez de mão de obra

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Nos últimos 15 anos, o Espírito Santo saiu de uma produção de 5 milhões de sacas para mais de 12 milhões

Foto: Divulgação

O cultivo de grandes áreas e a escassez de mão de obra vem demandando produtores capixabas a investirem na mecanização das lavouras de café. Conforme consultores e representantes do setor cafeeiro, o Espírito Santo conta hoje em média com 70 colheitadeiras automotrizes. A parte de pesquisa tem ficado por conta do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) para levantamento das adaptações necessárias nos equipamentos, para pleno funcionamento, já que foram criados, a princípio, para atender, áreas de café arábica.

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Franco Fiorot

O diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Franco Fiorot, reforça que a mecanização da cafeicultura é primordial para a continuidade dos índices de produção do café conilon, em especial no Espírito Santo, que, nos últimos 15 anos, aumentou consideravelmente, saindo de aproximadamente 5 milhões para mais de 12 milhões de sacas.

“Ao mesmo tempo, tivemos a chegada de diversas indústrias, o que implica em uma maior concorrência na mão de obra. Isso faz com que seja necessário mecanizar, de fato a colheita do café, pois há uma robustez de safra a ser colhida a cada ano e uma diminuição da mão de obra disponível para o campo”, ressaltou o diretor-presidente.

Se não fossem as colheitadeiras seria inviável aumentar a produção na escala empresarial como tem sido feita no município de Linhares, relata o presidente do Sindicato Rural da cidade, Antonio Roberte. Pontua que, além da falta de mão de obra, muitos trabalhadores não querem assinar carteira, o que vai contra à legislação. Mesmo diante do valor expressivo na sua aquisição, os produtos têm investido na aquisição dos equipamentos.

Antonio Roberte

“Os desafios são cabíveis em toda a propriedade rural, porque sem tecnologia não seria possível. Para quem tem máquinas mais antigas, o investimento para adequação quanto às exigências propostas pelo Ministério do Trabalho vai exigir um custo muito alto. Muitos estão descartando o antigo e adquirindo uma nova máquina, com mais segurança. Recentemente tivemos o Simpósio da Colheita Mecanizada, reunindo diversos segmentos ligados ao assunto para adequação dessa realidade”, comentou Roberte.

O diretor-presidente do Incaper, Franco Fiorot, destacou, ainda, sobre a necessidade de adequações nos equipamentos e pesquisas, por ser considerado uma novidade no Espírito Santo. “É importante que as indústrias automotivas continuem trabalhando essas máquinas voltadas para a colheita do conilon. O Incaper tem feito nos últimos anos pesquisas relacionadas à colheita mecanizada, espaçamento adequado, questão das plantas eretas, o manejo adequado para melhor aproveitamento, dentre outros estudos que já começam a trazer resultados parciais a partir desse ano de 2024, e que serão disponibilizados aos produtores e todo o setor”, concluiu.

Em Linhares, o presidente do Sindicato Rural informou que junto à Federação da Agricultura do Estado do Espírito Santo (Faes) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), estão levando ao proprietário o conhecimento das mudanças, por meio de cursos de capacitação e treinamentos para os colaboradores que vão trabalhar e operar na colheita mecanizada, para que os produtores não sejam penalizados numa vistoria do Ministério do Trabalho, estando em desacordo com a lei.

Redação Campo Vivo

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