Café do Caparaó agora é Indicação Geográfica

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Oficialização da marca foi publicada hoje, na revista do instituto, dois anos após o depósito do pedido

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu o registro de Indicação Geográfica (IG) de Denominação de Origem (DO) para o Café do Caparaó. A oficialização da marca foi publicada hoje, na revista do instituto, dois anos após o depósito do pedido. Esta é a primeira IG do Espírito Santo na modalidade Denominação de Origem.

O sonhado selo abrange café Coffea arábica em grãos verdes (grão cru), industrializado na condição de torrado e/ou torrado e moído, produzido na região do entorno do Pico da Bandeira, entre Espírito Santo e Minas Gerais.

A área geográfica da Denominação de Origem do Café do Caparaó envolve dez municípios capixabas e seis mineiros. Do lado do Espírito Santo temos Dores do Rio Preto; Divino de São Lourenço; Guaçuí; Alegre; Muniz Freire; Ibitirama; Iúna; Irupi; Ibatiba e São José do Calçado. Atravessando a fronteira mineira, temos: Espera Feliz; Caparaó; Alto Caparaó; Manhumirim; Alto Jequitibá; e Martins Soares. Os trabalhos tiveram início em 2014, capitaneados pelo Sebrae, Ifes (Campus Alegre), Incaper, Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Caparaó (Apec) e prefeituras, com consultoria do Instituto Inovates.

O processo de estruturação de uma DO demanda vários documentos técnicos/científicos, projetos e estudos para comprovar a vinculação do produto daquele território específico ao meio geográfico, ao chamado “terroir”, bem como a influência que os saberes, a cultura da região exerce sobre o produto final.

“A Indicação Geográfica demonstra todo o reconhecimento que o café do Caparaó merece. A região possui aspectos naturais e humanos que a diferenciam de outras e, assim, produz um café único e especial. Esse reconhecimento vai trazer diversos benefícios, não só para os produtores, da IG, como também para o desenvolvimento do território como um todo, seja por meio do turismo de negócios, de experiência, do agroturismo, seja por meio de outros serviços vinculados a ele, à região”, afirma o superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo.

Entre os diversos benefícios da formalização do registro, além da valorização do produto e da região, há a promoção junto ao mercado internacional. O acordo Mercosul União Europeia, por exemplo, uma vez firmado, possibilitará o reconhecimento mútuo das IG das partes envolvidas, trazendo ganhos para as IG nacionais.

Para o produtor e presidente da Apec, Jorge Araújo Santos, esse reconhecimento é um marco na cafeicultura da região e também para os produtores.

“Nós temos um produto de qualidade, com ‘terroir’ diferente, que vai conquistar ainda mais o Brasil e o mundo, como já vem conquistando seu espaço e seu lugar. Esse é um ganho para todos nós, e vai contribuir para o crescimento da região. Desde 2014 trabalhamos para conquistar esse reconhecimento e chegou esse dia tão esperado. Estamos muitos felizes com essa conquista”, afirmou Jorge Araújo. A APEC é a representante dos produtores locais junto ao INPI e responsável pela gestão desta Identidade Geográfica.

O projeto para a Denominação de Origem do Café do Caparaó não é o único envolvendo os cafés capixabas. O Conilon ES e as Montanhas Capixabas também reivindicam o selo da Indicação Geográfica e avançam nas etapas exigidas para obter a certificação.

Revista SafraES

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