Preços do café robusta aumentam à medida que problemas de abastecimento surgem

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Conilon brasileiro para exportação está sendo negociado US$ 500 acima dos preços de referência de Londres

Os preços do canéfora (robusta) alcançaram os mais altos em mais de quatro anos, à medida que aumentam as preocupações com as perspectivas de oferta do Vietnã e do Brasil. Para a entrega em novembro, o valor da variedade saltou 1,3%, para US $ 2.178 a tonelada na ICE Futures Europe.

O grão é utilizado em bebidas de café instantâneo, como as marcas Nescafé, da Nestlé, e subiu cerca de 55% este ano depois que geadas e secas afetaram fortemente as safras brasileiras, especialmente do café arábica. Isso impulsionou a demanda pelo robusta. Ao mesmo tempo, as restrições da pandemia, a falta de contêineres e o alto custo do frete tornaram mais caro importar da Ásia, especialmente do Vietnã, o principal fornecedor da variedade.

Os torrefadores brasileiros “estão exigindo muito robusta ao substituir os arábicas mais caros”, disse Marcio Cândido Ferreira, diretor da trader Tristao Cia. de Comercio Exterior, do Espírito Santo. “A safra de robusta está esgotada” para a temporada atual, que termina em junho de 2022.

O potencial reduzido na Colômbia e na Índia também diminuiu as perspectivas de fornecimento. O café robusta brasileiro para exportação está sendo negociado US$ 500 acima dos preços de referência de Londres, quando geralmente é próximo ao preço da bolsa, completou Marcio. “O setor de logística estima que a situação só será resolvida no segundo semestre de 2022 e até lá quem precisar de um produto terá que pagar o preço do dia”, segundo a Archer Consultoria, de São Paulo.

“O café local começará a ser apreciado. Quem tiver produto em trânsito ou nos principais mercados consumidores ganhará dinheiro. Os diferenciais de preços devem continuar a aumentar em valor e se firmar no futuro”, finaliza Marcio.

Bloomberg / Café Point

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