Foi registrado pela empresa brasileira Microquimica o primeiro “biofertilizante” desenvolvido no País. Trata-se do Vorax (L-glutâmico), produto com ação bioestimulante produzido a partir de um processo de fabricação envolvendo fermentação biológica.
O diretor técnico da empresa, Roberto Berwanger Batista, revela que o registro não é um marco apenas para a Microquimica: “É também para a agricultura brasileira e para o setor de fertilizantes, pois abre oficialmente uma nova classe de produtos regulamentados para uso no país, que auxiliam as plantas a expressarem seu potencial produtivo e adicionalmente ajudam a tornar a agricultura mais sustentável”.
Ele revela que o processo levou mais de cinco anos para ser concluído, com muitas pesquisas em várias culturas e alto investimento. “Temos ensaios agronômicos que posicionaram o Vorax em 10 cultivos agrícolas diferentes, que atestam sua eficiência, trazendo grande segurança ao agricultor e ótimos retornos financeiros”.
O biofertilizante Vorax é produzido por meio da fermentação biológica do melaço de cana para estimular o metabolismo das plantas e reduzir perdas de produtividade. Sua dose é bastante reduzida e seus efeitos nas plantas é diferente dos fertilizantes convencionais, que se baseiam nas quantidades necessárias de nutrientes.
Batista destaca que o principal ingrediente ativo do produto, o aminoácido chamado ácido L-glutâmico, age diretamente no metabolismo vegetal. “Esses efeitos são bastante diferentes dos nutricionais e são observados com doses muito baixas de aplicação. As doses variam de 30 a 100 ml por hectare e ativam três metabolismos nas plantas, do nitrogênio, do carbono e o oxidativo, gerando maior crescimento e produtividade”, conta Batista, que afirma que este é o grande diferencial do produto, que motivou a busca do enquadramento na classe adequada. “E essa classe é a de Biofertilizantes, não a de Fertilizantes”.
A Microquimica revela que investiu perto de R$ 1 milhão em pesquisas, análises e estrutura ao longo desse processo de registro. “Esse valor é algo impensável em se tratando de fertilizantes, onde os registros são obtidos praticamente sem custos inerentes ao processo. Por isso o registro é bastante relevante para nós, pois nos mostra que com nossa convicção e resiliência, finalmente, chegamos ao resultado que pretendíamos”, diz Batista.
De acordo com ele, com o registro, as vendas também devem ser bastante expressivas: “Como atuamos em praticamente todo o país, nas principais culturas, nossa expectativa é tratar, já na safra 2018\2019, até um milhão de hectares, com maior peso da cultura da soja, onde temos 28 trabalhos, com incremento médio de cinco sacos por hectare, frente um custo adicional, de cerca, de 17 kg de grãos de soja. É um retorno acima de 20 vezes o investimento, bastante vantajoso para o produtor rural”.
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