Ministra da Agricultura defende liberação de novos agrotóxicos

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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu nesta terça-feira (9) a liberação pelo Ministério da Agricultura de 86 novos produtos elaborados com agrotóxicos, nos primeiros meses do governo. Nos últimos anos, o número de autorizações cresceu de 139 em 2015 para mais de 450 em 2018.

A ministra prestou esclarecimentos sobre o assunto a deputados das comissões de Agricultura, Seguridade Social e Meio Ambiente da Câmara. Ela defendeu a regulamentação dos defensivos agrícolas e salientou que o processo é realizado em conjunto com a Anvisa e o Ministério do Meio Ambiente.

“O Ministério da Agricultura faz a análise da utilização agronômica e dos riscos para a planta. Ao mesmo tempo, o Ministério do Meio Ambiente e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também analisam”, explicou.

A Anvisa, segundo Tereza Cristina, tinha mais de 1.500 produtos à espera de registro, mas modificou sua forma de análise para garantir mais agilidade. “Assim como ela tem liberado e tem feito isso de maneira excepcional com os medicamentos humanos e todo mundo confia quando a Anvisa diz que esse medicamento pode ser usado”, ponderou.

Para a ministra, esses órgãos acompanham os avanços que estão ocorrendo na indústria, garantindo a segurança dos produtores e evitando a entrada de produtos contrabandeados no País.

Para a ministra, a demora na aprovação dos defensivos no Brasil levou a um aumento no uso de produtos contrabandeados, sem nenhum tipo de controle. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o uso desses defensivos contrabandeados de outros países já representa 20% do uso no campo.

Riscos
Para o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde, essa liberação ostensiva de produtos que são proibidos em outros países pode colocar em risco a população. “É muito grave a gente estar liberando produtos classificados como extremamente tóxicos, altamente tóxicos ou medianamente tóxicos pelo Ministério da Saúde”, disse.

O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), por sua vez, pediu cautela nessa discussão lembrando que a agricultura de larga escala pode ser inviabilizada. “O que a produção brasileira faria sem os defensivos agrícolas? Teria uma queda de quase 50%. É impossível. Mas se eu quiser produzir só para mim e para minha família ou para um grupo de amigos é possível, ou para um nicho de mercado que pode pagar mais, é possível.”

Câmara dos Deputados

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