O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), concedeu à Embrapa uma carta-patente para uma nova tecnologia, que agora pode ganhar espaço entre os produtores de hortaliças, frutas e plantas ornamentais. Trata-se da carriola – expressão usada para designar carrinho de mão – criada por pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) com o objetivo de melhorar o processo pós-colheita como forma de preservar a qualidade do produto.
Como principal vantagem comparativa a outros carrinhos já existentes no mercado, a carriola patenteada apresenta uma plataforma regulável em largura, o que permite o uso de embalagens com diferentes dimensões para acomodar distintos produtos. A pesquisadora Rita Luengo, que idealizou a ferramenta juntamente com o pesquisador Adonai Calbo, aponta outros diferenciais do carrinho de mão, além dessa sua adequação ao gênero de embalagem.
“Por possuir engate, a carriola pode ser movimentada através de áreas pavimentadas e pequenos corredores, como os existentes em galpões de embalagens de supermercados e de centrais de abastecimento”, explica.
Nesse quesito, ela chama a atenção para o que denomina “um casamento perfeito” envolvendo a carriola e o Grupo de Caixas Embrapa, desenvolvido para acondicionamento e transporte de hortaliças e frutas, e apresentado em 2015, com a patente concedida à Embrapa em 2002. Segundo a pesquisadora, a caixa de colheita em cima do carrinho evita o contato com o solo, e suas possíveis consequências, como contaminação por bactérias e fungos que acabam afetando o produto. “Se a caixa não encosta no solo, evita-se a sujidade e os riscos da contaminação”.
REGISTRO
A história da carriola teve início a partir do projeto de pesquisa “Validação de embalagens para comercialização de hortaliças e frutas no Brasil e transportador de embalagens e acessórios para colheita de hortaliças e frutas”, iniciado em 2007.
Do trabalho de observação nas áreas produtoras de hortaliças, nasceu o protótipo – produzido na Embrapa Hortaliças – da carriola recentemente patenteada pelo INPI. Antes do pedido para obtenção da patente, o protótipo foi objeto de validação em condições reais de campo, em um trabalho desenvolvido em parceria com a Emater-DF em vários núcleos rurais do Distrito Federal e no cinturão verde de São Paulo, na Ceasa-DF e na Ceagesp- SP.
A próxima fase envolverá a prospecção de empresas interessadas em produzir industrialmente o carrinho, de acordo com o que prevê o Contrato de Financiamento de Tecnologias da Embrapa.