ESPECIAL – Pesquisa revela perfil do Engenheiro Agrônomo no ES

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DSCF4139A Sociedade Espírito-santense de Engenheiros Agrônomos (SEEA) realizou um estudo para traçar o perfil deste profissional e conhecer o mercado de trabalho no Estado capixaba. Para realizar o levantamento foi elaborado um instrumento de coleta de dados que abordava questões relacionadas a formação, área de atuação e situação profissional. A abordagem aos profissionais para preenchimento destes formulários foi feita por meio de correio eletrônico, contatos telefônicos e em eventos relacionados a esta área de formação.

Entre as constatações da pesquisa, que entrevistou 212 engenheiros agrônomos, o percentual de profissionais de cada gênero apontou que 90,1% são homens e 9,9% são mulheres. A média de idade desses profissionais foi de 42 anos sendo que o engenheiro agrônomo mais novo tem 21 anos e o mais velho tem 80 anos. De acordo com o engenheiro agrônomo e presidente da SEEA, Geraldo Fereguetti, a pesquisa comprova o que tem sido observado no dia a dia, um processo de envelhecimento da classe agronômica. “Isto fica evidenciado quando vemos os números publicados pelas escolas de agronomia nos vestibulares, quando na maioria das escolas o número de aprovados é inferior ao número de vagas disponíveis ou uma relação candidato/vaga bem abaixo de outros cursos, outrora menos procurados”, diz Fereguetti.

Para o presidente da Sociedade, isso está ocorrendo por alguns motivos principais, entre eles a pouca valorização do profissional Engenheiro Agrônomo, principalmente nos órgãos públicos, maior empregador da classe, onde o salário de um profissional da agronomia não chega a 25% do profissional da área da justiça, por exemplo, com o mesmo nível de graduação. “Outro ponto é a legislação absurda que vem igualando, em termos de atividade profissional, técnicos de nível médio e de nível superior. Há ainda a proliferação desordenada de escolas de agronomia em todo país oferecendo cursos de qualidade sofrível. Estes fatores estão afastando os jovens das escolas de agronomia em todo o país”, acredita Geraldo Fereguetti.

A predominância masculina apontada no levantamento, segundo o presidente da SEEA, é um fato decorrente da característica machista apresentada pelo setor agropecuário, principalmente até as décadas de 70 e 80. “Entendiam que a fragilidade feminina não se adaptaria aos rigores do campo. Mas felizmente esta mentalidade retrógrada está mudando e o número de mulheres em nossa profissão vem crescendo, fruto da demonstração de uma capacidade de trabalho com competência por parte das mulheres engenheiras que estão em todos os setores da nossa profissão”, afirma.

A naturalidade predominante foi o município de Linhares (8,0%) seguido de Alegre (6,6%), Vitória (5,2%), Cachoeiro de Itapemirim (4,7%) e Colatina (4,7%), que apresentaram 10 ou mais Engenheiros Agrônomos nascidos nestes municípios. No entanto, 23,1% não responderam a esta questão.

Quanto ao local de trabalho, os profissionais estão realizando suas atividades nos municípios do Espírito Santo (94,8%), mas há engenheiros agrônomos que prestam serviços em municípios da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

A pesquisa revela ainda que 48,8% dos profissionais trabalham nos municípios de Vitória, Linhares, Venda Nova do Imigrante, Pinheiros e Domingos Martins. Os municípios de Vitória e Linhares se destacam por possuírem os maiores percentuais de profissionais que neles trabalham, 14,6% e 14,2%, respectivamente, representam 11,3% dos profissionais prestam serviços em dois municípios ou mais.

Formação

Formação

Faixa Etária

Faixa Etária

Região de Trabalho

Região de Trabalho

Situação Profissional

Na abordagem sobre o vínculo empregatício, o estudo mostra que 84,5% dos profissionais estão ativos, atuando na área de competência profissional. O setor privado e o setor público estadual empregam a maioria dos profissionais em atuação no mercado de trabalho capixaba, 23,1% e 22,6% respectivamente. 7,1% trabalham na área de formação e em outras áreas de trabalho. Apenas 1,9% deles se declararam desempregados e 0,9%, aposentados e não atuantes. “São excelentes números para a agronomia. Seguimos na contramão da crise que atinge o Brasil, mantendo e gerando empregos. E tem sido assim há algum tempo. No ano passado, quando o país encolheu 3,8%, o agronegócio avançou e terminamos o ano com um saldo de R$ 75 bilhões de dólares na balança comercial. Neste ano, a expectativa é que o setor quebre o recorde de produção pelo sétimo ano seguido. A verdade é que o campo tem bancado a economia brasileira há tempos, e o alto índice de empregabilidade reforça a importância do setor para o PIB do país e do Estado. Seguimos trabalhando para agregar mais valor ao nosso produto e ampliar as oportunidades de emprego para os profissionais da área tecnológica. O que mais lamentamos é a falta de reconhecimento e os baixos salários que têm os profissionais que atuam no meio rural”, diz o engenheiro agrônomo Helder Carnielli, presidente do Crea-ES.

Após todo o levantamento realizado e os resultados que foram evidenciados, a categoria acredita que alguns aspectos da pesquisa alertam para a necessidade de organização da classe agronômica no sentido de buscar na união a sua valorização. “Somos os principais atores de um setor brasileiro de sucesso que é o agronegócio, e por falta de organização da classe este sucesso não repercute na valorização do engenheiro agrônomo como deveria e que vemos acontecer em outras profissões”, finaliza geraldo Fereguetti, da SEEA.

Matéria publicada na Revista Campo Vivo – Edição 30 – Junho/Julho/Agosto 2016

Redação Campo Vivo

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1 comentário

  1. Ivanildo Schmith Küster Em

    Dizer o técnico vem tomando o espaço do Agrônomo foi boa…Só mostra o corporativismo que existe entre todas as classes profissionais, se preocupando mais com as atribuições do que propriamente com a qualidade do serviço prestado . Quanto aos baixos salários aos profissionais do meio rural, é fato.

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