Produtores de leite de Descalvado (SP) estão investindo em tecnologia para melhorar a qualidade e aumentar a produtividade. O uso de aplicativos e de chips com dados das vacas estão entre as modernidades adotadas no campo.
Uma empresa familiar da cidade que está há mais de sete décadas no mesmo ramo exemplifica esse processo. No começo, a produção ocorria do jeito convencional, mas foi preciso modernizar o processo para garantir resultados e conquistar mercados.
Na década de 1960, foi adotada a ordenha mecanizada, uma revolução para a época. Hoje, a tecnologia está, literalmente, em cada cabeça de gado.
Em cada uma das vacas há um chip na orelha direita e em cada uma das baias de contenção, onde é feita a ordenha, há uma antena. Com isso, é possível saber exatamente quanto cada vaca produziu de leite e em qual período. Tudo isso em tempo real: os dados são transmitidos pela internet para uma central de controle.
Também é realizado o acompanhamento da alimentação. O sistema cria uma planilha com as quantidades exatas de cada um dos componentes que devem estar na ração. As informações são enviadas para o operador de um trator, que avisa quando o peso está ideal. Dentro de um vagão, tudo é misturado por um sistema de pás e vai para o pasto.
Todo o monitoramento é feito por 20 câmeras espalhadas pela fazenda. As imagens são transmitidas online.
“Para nós do manejo da fazenda, é fundamental para ter um domínio sobre o que está acontecendo. Saber se a produção está caindo, subindo, saber identificar os motivos, saber os problemas e ter soluções”, explicou o produtor de leite Roberto Jank.
Tecnologia que dá resultados
Por dia, são produzidos cerca de 50 mil litros, sendo o maior rebanho de vaca holandesa registrado no país, com 1,5 mil cabeças produzindo. No total, são mais de 3,6 mil fêmeas entre jovens e adultas.
“Sabemos tudo o que ela tomou de medicamentos, quando ela foi tratada, o desenvolvimento dela, quando ela foi inseminada pela primeira vez. Nos permite oferecer ao consumidor do leite uma rastreabilidade total de todo o processo”, disse Jank.
Aplicativo no campo
O uso da tecnologia também está cada vez mais presente entre os pequenos produtores. O rebanho de Carlos Gustavo Cerny tem 37 cabeças. Ele baixou no celular um aplicativo de graça para monitorar o ciclo reprodutivo dos animais.
“Eu posso abastecer o último parto, o cio, cobertura e a previsão de secagem da vaca. Se eu estiver no campo mexendo com as vacas, eu consigo fazer o abastecimento de informações no local mesmo”, afirmou.
Ele não abre mão do velho e tradicional caderno do campo, uma espécie de diário com todas as informações do sítio, e nem da modernização. “A gente sempre vai investindo e empregando tecnologia no campo”.
G1 São Carlos e Araraquara